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    São Paulo, 28 de novembro de 2014<br>
    <br>
    <b>Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais reuniu
      especialistas brasileiros e internacionais em São Paulo</b><br>
    <br>
    <i>Evento debateu responsabilidade do indivíduo na exposição de seus
      dados e direito ao esquecimento</i><br>
    <br>
    A abertura do segundo dia do V Seminário de Proteção à Privacidade e
    aos Dados Pessoais (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://seminarioprivacidade.cgi.br/">http://seminarioprivacidade.cgi.br/</a>) trouxe uma
    observação compartilhada por alguns membros da mesa “Riscos e
    perspectivas à proteção da privacidade e dos dados pessoais”. Para
    eles, o indivíduo deve assumir sua responsabilidade para garantir a
    privacidade.<br>
    <br>
    Abrindo a discussão, Wendy Seltzer do W3C dos Estados Unidos, falou
    sobre a importância do trabalho de designers e desenvolvedores na
    criação de projetos que consideram a proteção aos dados pessoais
    desde o planejamento e em todas as fases do desenvolvimento.<br>
    <br>
    Wendy comentou ainda que a sociedade não lida com o tema em um único
    contexto. “Queremos a privacidade como cidadãos, mas também por
    parte das empresas, para que possamos comparar produtos e preços. E
    queremos ainda contar com o respeito à privacidade entre nossos
    amigos”, observa.<br>
    <br>
    Quanto a isso, Erick Iriarte, da Internet Society (ISOC) Peru,
    entende que o cuidado com a proteção a dados é responsabilidade de
    cada um, mas compartilhada com outros atores. “O estado e os pais
    devem orientar as crianças para que saibam tomar decisões corretas”,
    avalia.<br>
    <br>
    Erick observa que a privacidade é um direito humano que, no que diz
    respeito à Internet, está inserido no complexo contexto tecnológico.
    Em relação a este assunto, Laura Tresca, do Artigo 19, lembra ainda
    que a “vigilância é importante, mas deve ser proporcional a outros
    direitos”.<br>
    <br>
    O advogado Marcelo Marinelli destaca o impacto das redes sociais.
    Segundo ele, com o número cada vez maior de usuários dessas
    plataformas, registra-se um aumento considerável nos casos de lesões
    à privacidade.<br>
    <br>
    Por outro lado, para Adriano Cassian, da UNESP, ainda que
    pessoalmente tenha restrições às redes sociais, ele reconhece que os
    termos de uso e privacidade dos serviços estão ficando mais claros.<br>
    <br>
    <b>Direito ao Esquecimento</b><br>
    Tema que vem sendo debatido há alguns anos, o “Direito ao
    Esquecimento” atraiu a atenção dos convidados. Compondo a mesa, o
    advogado argentino Pablo Palazzi lembrou o caso recente ocorrido na
    Europa (que você pode relembrar aqui: <a class="moz-txt-link-freetext" href="http://migre.me/n8LOg">http://migre.me/n8LOg</a>) e
    alertou que ainda existe uma confusão entre direito ao esquecimento
    e a supressão de informações caluniosas. Neste último caso, não se
    questiona, já que os dados devem ser apagados por não representarem
    a verdade.<br>
    <br>
    De qualquer forma, alerta o especialista, o direito ao esquecimento
    só se aplicaria a casos excepcionais. “Em geral, os casos estão
    relacionados a algum estigma, algo que a prejudique a imagem da
    pessoa e que ela não gostaria de carregar para sempre. Porém,
    existem crimes e delitos que não se apagam como envolvimento com
    terrorismo ou pedofilia”, exemplifica.<br>
    <br>
    Um tema levantado por Palazzi e também por Diogo Machado Melo, do
    Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) e José Luiz Piñar, da
    Universidad San Pablo, de Madrid, é a complexa questão da
    transnacionalidade. Para eles, a remoção do índice no buscador em
    determinado país, não garante que o material não possa ser acessado
    a partir de outro lugar qualquer.<br>
    <br>
    De qualquer forma, no que diz respeito ao Brasil, Kelli Angelini, do
    CGI.br, pergunta se realmente queremos o Direito ao Esquecimento, e
    mais, se a matéria necessita de lei específica. A advogada lembra
    ainda que a vontade de esquecer não é novidade, visto que já era
    pleiteada em ambientes offline nos anos 1970 por ex-detentos que já
    tinham cumprido suas penas.<br>
    <br>
    Por fim, Kelli convida à reflexão: “como lidar com a vontade de
    apagar em contrapartida com a ânsia de exibir, comum às redes
    sociais?”.<br>
    <br>
    O V Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais
    (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://seminarioprivacidade.cgi.br/">http://seminarioprivacidade.cgi.br/</a>), foi organizado pelo Comitê
    Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e
    Coordenação do Ponto BR (NIC.br), e reuniu cerca de 200 pessoas.<br>
    <br>
    <b>Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br</b><br>
    O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
    (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.nic.br/">http://www.nic.br/</a>) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que
    implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no
    Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de
    nomes de domínio — Registro.br (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.registro.br/">http://www.registro.br/</a>), estudar,
    responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br
    (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.cert.br/">http://www.cert.br/</a>), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
    operações — CEPTRO.br (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.ceptro.br/">http://www.ceptro.br/</a>), produzir indicadores
    sobre as tecnologias da informação e da comunicação — CETIC.br
    (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.cetic.br/">http://www.cetic.br/</a>) e abrigar o escritório do W3C no Brasil
    (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.w3c.br/">http://www.w3c.br/</a>).<br>
    <br>
    <b>Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br</b><br>
    O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
    diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
    Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de
    serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a
    inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos
    princípios de multilateralidade, transparência e democracia, o
    CGI.br representa um modelo de governança multissetorial da Internet
    com efetiva participação de todos os setores da sociedade nas suas
    decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a
    Governança e Uso da Internet (<a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.cgi.br/principios">http://www.cgi.br/principios</a>). Mais
    informações em <a class="moz-txt-link-freetext" href="http://www.cgi.br/">http://www.cgi.br/</a>.
  </body>
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