[Anúncios NIC.br] Defesa da Universalidade e da Web descentralizada marcam Web.br 2015
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Quinta Setembro 24 12:16:11 BRT 2015
São Paulo, 24 de setembro de 2015
*Defesa da Universalidade e da Web descentralizada marcam Web.br 2015*/
Evento abrigou a 7ª Conferência “CGI.br 20 anos”, além de palestras e
painéis divididos em cinco trilhas/
A *Conferência Web.br 2015 <http://conferenciaweb.w3c.br/>*, principal
espaço de discussão e /networking/ da comunidade Web do Brasil, promoveu
nessa terça (22) e quarta-feira (23), em São Paulo, uma acalorada defesa
da Universalidade e da Re-descentralização da Web. Com a participação de
palestrantes internacionais e nacionais, o evento, organizado pelo
escritório brasileiro do W3C, instalado na sede do Núcleo de Informação
e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), por iniciativa do Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), mobilizou desenvolvedores, usuários,
empreendedores e pesquisadores em torno do debate sobre a Internet e a
Web do futuro.
A Universalidade, princípio do decálogo
<http://www.cgi.br/resolucoes/documento/2009/003> do CGI.br, e tema da
7ª Conferência CGI.br 20 anos, foi abordada por Sunil Abraham, diretor
executivo do Centro para Internet e Sociedade (CIS India) e por Lêda
Spelta, consultora de acessibilidade e sócia fundadora da Acesso
Digital. Abraham trouxe a perspectiva tecnológica sobre as dificuldades
para o acesso universal e falou sobre o que considera dois dos
principais problemas a serem resolvidos, o /hardware/ e o licenciamento
de patentes. A acessibilidade, questão detalhada por Lêda Spelta, também
deve ser considerada: apesar de 6% da população indiana ter alguma
deficiência (no Brasil, essa proporção é de 20%), 37% dos adultos são
analfabetos, indica Sunil.
O conteúdo foi outro ponto levantado pelo empreendedor indiano. "Pessoas
não irão acessar a Internet se a rede não tiver informações que sejam do
seu interesse". Nesse cenário, as barreiras impostas por leis de
direitos autorais foram listadas por Sunil, que apontou a utilização dos
ganhos obtidos a partir do uso do espectro como uma das soluções
possíveis para promover a universalidade da Internet.
"Há 14 anos apresentei o primeiro trabalho sobre acessibilidade na Web.
De lá para cá, venho falando basicamente as mesmas coisas", lamentou
Lêda Spelta, no início de sua apresentação. Ela narrou dificuldades para
realizar atividades simples na Web a partir de recursos de
acessibilidade, como fazer reserva em sítios de hotéis, e questionou as
razões para que o cenário tenha permanecido o mesmo. “Uma das hipóteses
é de que os tomadores de decisões não se interessam por técnicas de
acessibilidade na Web”, opinou.
Lêda aponta que não há medidas suficientes para que pessoas com
deficiência vivam de forma autônoma no Brasil e lembra que, entre 2007 e
2010, foram fechados 42 mil postos de trabalho para pessoas com
deficiência no País. Ela fez propostas para reverter esse cenário como,
por exemplo, a eliminação da diferença entre código válido e código
acessível nos padrões Web, a inclusão da disciplina obrigatória de
Universalidade da Internet nos currículos e a sensibilização, para que
indivíduos e empresas apoiem campanhas que respeitem a diversidade. "A
acessibilidade não pode ser a cereja do bolo, tem que ser a massa, o
suporte", reitera.
Durante a Web.br, foram lançadas as inscrições para o Prêmio Nacional de
Acessibilidade na Web – Todos em Web <http://premio.ceweb.br/>, que terá a
sua 4ª edição realizada pelo Centro de Estudos sobre Tecnologias Web
(Ceweb.br), com apoio do W3C Brasil, NIC.br e CGI.br. Hartmut Glaser,
secretario executivo do CGI.br, que mediou a 7ª Conferência “CGI.br 20
anos”, destacou a importância da Universalidade para democracia e
verdadeira inclusão digital. Ainda durante a Web.br, Glaser analisou o
princípio da neutralidade da rede, tema que será discutido na 8ª
Conferência “CGI.br 20 anos”
<http://cgi.br/20anos/program/index.html#program>, no dia 13 de outubro,
em São Paulo.
*Web livre e descentralizada*
A "Re-descentralização da Web", tema da Conferência Web.br deste ano,
fez parte das apresentações dos /keynotes speakers/ e painelistas, e foi
lembrada por Vagner Diniz, gerente do W3C Brasil, na abertura do evento.
Diniz destacou os princípios que motivaram a criação de uma Internet
livre, robusta e colaborativa. “Esses princípios não morreram, assim
como os valores que impulsionaram o surgimento de uma Web livre e
descentralizada”, reforçou.
“No entanto, vivemos um momento em que organizações e Governos buscam
nos aprisionar em jardins murados, ao limitar possibilidades de
compartilhamento e o livre fluxo da informação”. Diniz enfatizou a
importância de “re-descentralizar a Web para aproximá-la dos seus
princípios originais, para que possamos inovar e criar sem medo”, e
também criticou tentativas de impedir a construção de uma nova economia
e modelos de negócios baseados na Web.
Os serviços e aplicações descentralizadas foram abordados por Andrei
Sambra, pesquisador do MIT e membro do W3C, que propôs ainda uma
reflexão sobre a privacidade e a proteção aos dados. Samba lembrou o
volume de informações disponíveis /online/, que cresce exponencialmente
com a Internet das Coisas. “Quem é dono desses dados? Quem vai decidir o
que deve ser feito com eles? Toda vez que você usa um serviço gratuito
na Web, você paga ao permitir acesso aos seus dados pessoais. E esse é
um preço muito alto”, alertou.
Ele defende que cada indivíduo tenha o controle sobre suas informações e
tenha a liberdade de escolher onde armazena-las – de preferência, em
múltiplas fontes – para que empresas, em vez de coletar dados, se
preocupem em melhorar a experiência dos usuários. Sambra também
apresentou a plataforma SoLiD <https://github.com/solid> - Social Linked
Data, que planeja mudar a forma como as aplicações na Web são criadas. E
convocou a união de forças entre profissionais e usuários. “Devemos
trabalhar juntos. O intelecto coletivo é nosso recurso mais valioso”,
destacou.
*Pagamentos na Web*
O /keynote speaker/ Adrian Hope-Bailie, da Ripple Labs, abordou a
questão dos Pagamentos na Web – tema que tem sido discutido pelo grupo
de trabalho do W3C. Para ele, movimentar dinheiro na Web de forma mais
eficiente requer uma mudança na infraestrutura da Web e a chave está no
desenvolvimento de novos protocolos que permitam a interação entre
sistemas. “Transferir dinheiro deveria ser tão fácil quanto enviar um
e-mail. Precisamos de um SMTP monetário”, disse, em referência ao
protocolo utilizado para correio eletrônico.
Hope-Bailie argumentou em prol da utilização de padrões abertos e da
colaboração de pessoas de diferentes países para chegar a soluções
globais. “Mudar o comportamento do usuário é difícil. Precisamos tirar o
usuário do fluxo”, afirmou, citando o exemplo de tecnologias como
/digital wallets/ que enfrentam resistência no mercado. E fez previsões
sobre o futuro dos pagamentos. “Se a movimentação de dinheiro /online/
for tão fácil quanto é o trânsito de informações, podemos nos livrar de
modelos de publicidade”.
*Dados na Web*
Os Dados Conectados usam conceitos e tecnologias da Web para descrever o
mundo. Com base nesta afirmação, Phil Archer apresentou o que grupos de
trabalho do W3C envolvidos com dados na Web têm feito e discutido sobre
a questão. "Pessoas estão gerando e compartilhando informações sobre
tudo, o tempo todo. Precisamos usar essa coisa incrível que é a Web para
conectar tudo isso", destacou. Para Archer, reunir informações das mais
diversas fontes vai proporcionar /insights/ que beneficiarão a
sociedade. "Vamos encontrar as causas de problemas e suas soluções".
Deirdre Lee alertou que, apesar da diversidade de fontes, os dados de
qualidade e prontos para uso podem ser raros. "Quanto mais adotarmos
padrões e seguirmos as melhores práticas, mais fácil e simples será o
uso dos dados", recomendou. Deirdre citou alguns desafios para quem
publica dados como as licenças, a qualidade e governança, os recursos,
impactos dessas informações e, especialmente, a privacidade. E defendeu,
ainda, que as empresas sejam transparentes sobre o uso que fazem dos
dados coletados. "Nós, como indivíduos, devemos ter escolha sobre os
nossos dados", sentenciou.
*Trilhas*
Além da 7ª Conferência CGI.br 20 anos e da apresentação dos /keynotes
speakers/, a programação da Web.br 2015 contou com dezenas de atividades
divididas em cinco trilhas: Segurança & Privacidade, /Web Payments/,
/Open Web/, /Trends/, W/orkshops/ e Tutoriais. As vulnerabilidades na
Web, por exemplo, foram abordadas por Miriam von Zuben e Dionathan
Nakamura, do CERT.br, enquanto Newton Calegari e Deblyn Prado, do
NIC.br, contaram um pouco sobre a rotina de trabalho e integração entre
profissionais de desenvolvimento. Outros temas que estiveram em
discussão foram: HTML5, CSS3, acessibilidade, /web/ semântica,
visualização de dados, Internet/Web das Coisas e /digital publishing./
*Sobre o Escritório Brasileiro do W3C *
Por deliberação do CGI.br, o NIC.br agrega as atividades do escritório
do W3C no Brasil - o primeiro na América do Sul. O W3C é um consórcio
internacional que tem como missão conduzir a Web ao seu potencial
máximo, criando padrões e diretrizes que garantam sua evolução
permanente. Mais de 80 padrões foram já publicados, entre eles HTML,
XML, XHTML e CSS. O W3C no Brasil reforça os objetivos globais de uma
Web para todos, em qualquer dispositivo, baseada no conhecimento, com
segurança e responsabilidade. Mais informações em: http://www.w3c.br/.*
*
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br*
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(<http://www.nic.br/>http://www.nic.br/) é uma entidade civil, sem fins
lucrativos, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br
(http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
operações — Ceptro.br (<http://www.ceptro.br/>http://www.ceptro.br/),
produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação
— Cetic.br (http://www.cetic.br/), fomentar e impulsionar a evolução da
Web no Brasil — Ceweb.br (<http://www.ceweb.br/>http://www.ceweb.br/) e
abrigar o escritório do W3C no Brasil
(<http://www.w3c.br/>http://www.w3c.br/).*
*
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br*
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em
http://www.cgi.br/.
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