[Anúncios NIC.br] Web.br 2017 reflete sobre desigualdades no acesso, uso e desenvolvimento de tecnologias
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Qua Out 25 19:10:16 BRST 2017
São Paulo, 25 de outubro de 2017
*Web.br 2017 reflete sobre desigualdades no acesso, uso e
desenvolvimento de tecnologias*
/Evento reuniu mais de 300 participantes durante dois dias de atividades
/
Inclusão de acesso, equidade de gênero na tecnologia e desigualdades no
universo de/machine learning/. Os temas foram discutidos por/keynotes
speakers/nesta quarta-feira (25), segundo e último dia da*Conferência
Web.br 2017 <http://conferenciaweb.w3c.br/>*. Durante dois dias, o
evento reuniu mais de 300 participantes entre estudiosos, profissionais
brasileiros e de outros países em debates aprofundados a partir do tema
"Imersão e Transcendência". A 9ª edição da Web.br acontece com a
realização do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br) do
Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e apoio do
Escritório Brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C Brasil).
"Nenhum dado é completamente imparcial", sentenciou Onome Ofoman,
engenheira de/software/do Google. Na Web.br 2017, a especialista
analisou o preconceito presente em ferramentas de/machine learning/,
técnica de inteligência artificial usada em análise de dados. Onome
citou um exemplo hipotético do uso de aplicação de/machine learning/num
processo de admissão na universidade para um curso de ciência da
computação. "Com o modelo baseado em dados históricos, teremos mais
informações sobre homens admitidos do que mulheres. Esse é um problema
real. O dado histórico nesse caso não está refletindo o que queremos que
aconteça no futuro", afirmou. Ideias morais não estão refletidas em
inteligência artificial, assim como a falta de dados que representam
cenários diversos e de equipes formadas por profissionais com
experiências diversas são questões listadas por Onome para explicar as
desigualdades em aplicações de/machine learning/.
A maioria das soluções tecnológicas que estão revolucionando a vida das
pessoas é desenvolvida por homens. Mas por que isso acontece? "Questões
culturais, falta de apoio da família, a pressão dos pais para escolher
uma área mais tradicional são alguns motivos apresentados pelas meninas
para não escolher a área de tecnologia", explica Tanara Lauschner,
professora e diretora do Instituto de Computação da UFAM e conselheira
do CGI.br. Na palestra "Contribuindo para o equilíbrio de gênero na
tecnologia", Tanara detalhou os programas Cunhantã Digital e Meninas
Digitais, ambos com foco em aumentar o número de mulheres na área de
tecnologia. "As meninas muitas vezes não se acham suficientemente
capazes. Por meio de palestras, oficinas e cursos de programação com
alunas do ensino fundamental e médio, procuramos incentivar e despertar
o interesse delas pelo assunto", afirmou.
Usuários que não enxergam, escutam ou têm mobilidade reduzida, entre
outros tipos de deficiência, devem ter uma experiência completa de
acesso à Web e novas tecnologias como vídeos 360º e aplicações em
realidade virtual. Na palestra "Imersão, Interação e Inclusão", Reinaldo
Ferraz, especialista em Desenvolvimento Web do Ceweb.br e W3C Brasil,
enfatizou que novas interfaces também precisam ser acessíveis. "Temos
que garantir o acesso de todas as pessoas, não só porque é um direito
delas, mas também porque em algum momento da vida qualquer pessoa pode
precisar de recursos de acessibilidade, seja por baixa acuidade visual
ou destreza manual", reforçou.
De acordo com o Censo de 2010, mais de 45 milhões de brasileiros
declararam ter algum tipo de deficiência. "Temos que nos colocar no
lugar das outras pessoas e identificar necessidades. Nos preocupar, por
exemplo, em fornecer alternativas, apresentar o conteúdo em diferentes
maneiras, facilitar a audição e visualização, disponibilizar
funcionalidades por teclado, não criar conteúdos que cause convulsões",
listou Reinaldo, que também convidou os participantes do evento para
conhecer e se engajar no*Movimento Web para Todos
<http://mwpt.com.br/>*, do qual o Ceweb.br é parceiro.
"A Web.br se preocupa com a diversidade, buscamos promover o equilíbrio
de gênero entre palestrantes e, na programação, ressaltar a importância
do acesso, uso e desenvolvimento de tecnologias de forma aberta, além de
fazer um alerta para o tipo de profissional que o mercado está
exigindo", considera Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br e do W3C Brasil.
*/Blockchain/**e/games/*
/Workshops/, apresentações e mesas redondas sobre temas diversos também
marcaram o segundo dia da Conferência Web.br 2017. Em/workshop/com a
equipe da IBM Brasil, os participantes da Conferência foram além da
teoria e tiveram a oportunidade de aprender na prática os conceitos
básicos de/blockchain/, além de desenvolver uma aplicação utilizando a
tecnologia. As experiências de imersão por meio dos/games/também foram
destaque a partir do/workshop/do pesquisador Luiz Carneiro, do CSGAMES -
Computação, Semiótica e Games, grupo de pesquisa da PUC-SP. "Os games
são as arenas de interação mais eficientes que existem", enfatizou.
Carneiro também explicou os conceitos e forneceu dicas para a produção
de experiências imersivas utilizando gamificação.
*Publicações digitais*
O panorama das publicações digitais no Brasil entrou em pauta a partir
da apresentação de Clécio Bachini e Gabriela Dias, ambos da AED (Amigos
dos Editores Digitais). Formato de publicação mais avançado, o EPUB3
possui recursos como conteúdo multimídia, formato aberto,
acessibilidade, linearidade e flexibilidade, possibilidade de
visualização on-line e off-line, entre outros. "As tecnologias do livro
digital estão maduras. O EPUB, principalmente com o respaldo do W3C, é
um modelo absolutamente maduro, suporta a construção de um livro com
todas as características de aplicativo. É um excelente modelo para a
migração dos paradigmas do impresso para o digital", avaliou Clécio
Bachini. A popularização das publicações digitais também foi comentada
no evento. "A indústria editorial não está negando o potencial dos
livros digitais, só está tentando fazer com que o modelo de negócio
envolvendo os impressos dure o maior tempo possível", complementou
Gabriela Dias.
*Segurança e privacidade*
"Segurança tem que ser nativa, não é opcional", alertou Lucimara
Desiderá, do CERT.br, durante a palestra "Segurança em IoT: o pecado
está no básico". Desiderá listou as principais vulnerabilidades – entre
elas, projetos que não levam a segurança em conta –, os riscos para
usuários e empresas, além das motivações dos criminosos, que envolve
desde ganho financeiro a vandalismo. Casos de dispositivos IoT
comprometidos como babás eletrônicas, brinquedos, carros e até
marcapassos foram listados pela especialista, que também apresentou
recomendações para os usuários. "Melhorar o cenário depende de diversos
atores, desde desenvolvedores, administradores, fabricantes, acadêmicos
até os usuários. Devemos ser criteriosos ao escolher os fabricantes de
produtos, verificar o histórico de tratamento de vulnerabilidades pelas
empresas, assim como assumir que os dispositivos virão com problema e,
portanto, mantê-los atualizados e alterar as senhas padrão", recomendou.
Em discussão complementar, Bruno Bioni, advogado do NIC.br, e Jamila
Venturini, assessora técnica das atividades do CGI.br, analisaram os
desafios e oportunidades de tecnologias como realidade virtual e
realidade aumentada no contexto da proteção aos dados pessoais. Jamila
lembrou que os metadados são processáveis, combináveis e fáceis de
manipular - o uso de novas tecnologias pode permitir, portanto, a coleta
de dados sobre o movimento dos olhos, a temperatura do corpo e os
batimentos cardíacos dos indivíduos, entre outros exemplos.
"As implicações dessa coleta massiva vão além da privacidade e envolvem
a liberdade e autonomia dos usuários, a concentração de informações em
poucas empresas, a vigilância do Estado, o marketing e publicidade
direcionada, e pode ainda impactar em questões como o acesso ao crédito,
por exemplo. Temos ainda implicações sociais que não conseguimos
prever", considera. Em concordância, Bioni aponta que as tecnologias de
realidade virtual e realidade aumentada reconfiguram espaços de
interação social e nos deixam suscetíveis a maior manipulação. "Por
outro lado, também podemos aplicar essas tecnologias para visibilizar a
coleta (ainda opaca) das nossas informações, utilizando-as como
ferramental em processos de conscientização sobre a importância da
proteção dos nossos dados pessoais”, sugere Bioni.
*Agenda*
Ainda nesta quarta-feira (25), o evento promoveu discussões sobre boas
práticas para dados na Web, experimentos para aprender Internet das
Coisas, entre outros assuntos. O lançamento do portal de boas práticas
do Ceweb.br para vídeos 360º (*http://labweb.ceweb.br/360/*), debates
sobre realidade virtual multissensorial e os impactos e rupturas da
Internet e da Web marcaram as discussões na terça-feira (24),*primeiro
dia
<http://www.nic.br/noticia/releases/web-br-2017-ceweb-br-lanca-portal-de-boas-praticas-para-videos-360/>* da
conferência. Os vídeos de todas as apresentações realizadas na Web.br
2017 serão disponibilizados em breve no*sítio do evento
<http://conferenciaweb.w3c.br/>*e também no canal*do NIC.br no YouTube
<https://www.youtube.com/NICbrvideos>*.**
*Sobre o Ceweb.br*
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, tem
como missão disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web,
fomentar e impulsionar a sua evolução no Brasil por meio de estudos,
pesquisas e experimentações de novas tecnologias. No escopo de
atividades desenvolvidas pelo Centro, destacam-se o estímulo às
discussões sobre o ecossistema da Web e a preparação de subsídios
técnicos à elaboração de políticas públicas que fomentem esse
ecossistema como meio de inovação social e prestação de serviços. Mais
informações em*http://www.ceweb.br/*.*
*
*Sobre o Escritório Brasileiro do W3C*
Por deliberação do CGI.br, o NIC.br agrega as atividades do escritório
do W3C no Brasil - o primeiro na América do Sul. O W3C é um consórcio
internacional que tem como missão conduzir a Web ao seu potencial
máximo, criando padrões e diretrizes que garantam sua evolução
permanente. Mais de 80 padrões foram já publicados, entre eles HTML,
XML, XHTML e CSS. O W3C no Brasil reforça os objetivos globais de uma
Web para todos, em qualquer dispositivo, baseada no conhecimento, com
segurança e responsabilidade. Mais informações em: *http://www.w3c.br/*.
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br*
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(*http://www.nic.br/*) é uma entidade civil, de direito privado e sem
fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê
Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (*http://www.registro.br/*),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br
(*http://www.cert.br/*), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
operações — Ceptro.br (**
<http://www.ceptro.br/>*http://www.ceptro.br/*), produzir indicadores
sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br
(*http://www.cetic.br/*), implementar e operar os Pontos de Troca de
Tráfego — IX.br (** <http://ix.br/>*http://ix.br/*), viabilizar a
participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e
subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br
(*http://www.ceweb.br* <http://www.ceweb.br/>), e abrigar o escritório
do W3C no Brasil (** <http://www.w3c.br/>*http://www.w3c.br/*).
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br*
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*http://www.cgi.br/principios*). Mais informações em
*http://www.cgi.br/*.
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