[Anúncios NIC.br] Conferência Web.br 2019 discute os princípios fundamentais da Web
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Sex Nov 1 11:55:22 -03 2019
São Paulo, 1º de novembro de 2019
*Conferência Web.br 2019 discute os princípios fundamentais da Web*
/Evento teve a participação de especialistas nacionais e internacionais/
“Qual é a Web que você quer?”. Essa foi a pergunta que embasou grande
parte das discussões da *Conferência Web.br 2019
<https://conferenciaweb.w3c.br/>*, realizada pelo Centro de Estudos
sobre Tecnologias Web (Ceweb.br) do Núcleo de Informação e Coordenação
do Ponto BR (NIC.br) nos dias 30 e 31 de outubro, em São Paulo, com o
apoio do Escritório Brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C
Brasil). O principal espaço brasileiro de discussão sobre as tendências
e boas práticas de desenvolvimento Web contou com apresentações de
especialistas nacionais e internacionais sobre temas diversos como os 30
anos da Web, ética e Inteligência artificial, acessibilidade,
descentralização da Web, /design thinking/, entre outros.
Durante a abertura do evento, Hartmut Glaser (CGI.br) enalteceu o papel
fundamental dos recursos obtidos através do registro de domínios .br que
possibilitam a realização de eventos como a Web.br. “Promovemos a
Conferência desde 2009 com o intuito de estimular debates sobre os
desafios e oportunidades da Web. Queremos uma Web ética e inclusiva. Não
podemos parar. Estamos em desenvolvimento”, destacou. Complementando,
Vagner Diniz (Ceweb.br) chamou atenção para a importância de uma Web
descentralizada, aberta e livre: “Com esta edição da Conferência,
buscamos mostrar que a Web não se relaciona apenas com a parte técnica.
É fundamental desenvolver uma Web melhor nos dias de hoje, em que o que
acontece no mundo digital repercute no mundo /off-line/. Somos todos
responsáveis pelo o que acontece na Web, pois estamos dentro da rede”.
O primeiro painel do evento teve a participação de Iberê Thenório
(Manual do Mundo), Lola Aronovich (Universidade Federal do Ceará) e Léo
Viturinno (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia). Na apresentação,
Viturinno, que é youtuber e surdo, compartilhou com os presentes sua
experiência como influenciador digital. Léo explicou que começou seu
canal na plataforma de vídeos sempre pensando na acessibilidade. “Além
de colocar legenda em meus vídeos para quem não entende libras, passei a
colocar dublagem para quem tem deficiência visual. Ela ajuda também quem
não é alfabetizado ou quem tem dificuldade de ler a legenda.”
Lola Aronovich comentou sobre sua trajetória como ativista feminista e
como o discurso de ódio é propagado na Web e de que forma pode ser
combatido. "As pessoas se chocam com alguma questão e compartilham a
publicação. O certo é denunciar e não compartilhar o link", defendeu. De
forma complementar Iberê Tenório, que mantém o canal Manual do Mundo no
YouTube, comentou que, após o canal alcançar um grande número de
inscritos, ele passou a enfrentar um grande desafio ligado ao discurso
de ódio e desinformação. “Tento combater isso com os vídeos educativos
que produzimos no canal”, pontua.
Métricas usadas em tomadas de decisão foram comentadas por Eduardo
Guerra (INPE), que esclareceu que muitos profissionais não utilizam as
métricas que coletam quando de fato precisam tomar decisões, baseando-se
apenas no que consideram ser correto. Letícia Machado (UFPA), que
participou do mesmo painel, contribuiu para a discussão abordando
diferentes tipos de /crowdsourcing/, para financiamento, trabalho
voluntário e trabalho pago, considerando a colaboração entre a
comunidade para o desenvolvimento de software.
Em painel com Natalia Neris (InternetLab), Thiago Rondon (AppCívico)
comentou sobre o futuro da democracia na Web. “Por mais que a tecnologia
se desenvolva muito rápido, há uma necessidade de fortalecer as
habilidades humanas. Se não furarmos as bolhas de algoritmos, não
teremos condições de construir nada diferente na Web". Já o impacto da
tecnologia na vida dos jovens da periferia foi discutido por William
Oliveira (perifaCode e Tecnogueto), Juliana Pereira (Instituto da
Oportunidade Social) e Guilherme Gonçalo (Instituto da Oportunidade
Social), que apresentaram estudos de casos.
Durante o evento, Jonice Oliveira (UFRJ) participou do painel “Design,
Ética e IA”. Ela comentou sobre a dificuldade que as máquinas possuem
para identificar e diferenciar padrões, e que as pessoas precisam
inserir dados de qualidade no sistema para que os resultados da
Inteligência Artificial sejam satisfatórios. Na mesma atividade, Diogo
Cortiz (Ceweb.br) complementou que "IA não é um ser supremo, mas um
conjunto de técnicas que resolve problemas específicos. Ela não sabe
qual problema resolver e precisa dos desenvolvedores e /designers/ para
isso".
Na Conferência, Andrzej Mazur (Enclave Games) comentou sobre sua
experiência com desenvolvimento de jogos em HTML5 e as tendências para a
Web a partir das perspectivas de criadores independentes e grandes estúdios.
No encerramento das apresentações dos /keynotes speakers/, Vagner Diniz
salientou: "Tivemos ótimos momentos ao falar da Web, sobre preservá-la
em seus princípios originais. Foram momentos que nos fizeram refletir
que também somos responsáveis pela Web que temos e queremos, e que
podemos correr atrás disso". Para ele, o evento respondeu a questão
“Qual é a Web que você quer?”, elencando diversos tópicos mostrados
pelos participantes da conferência, como uma Web descentralizada,
aberta, livre, segura, resistente, acessível, global e uma ferramenta
que propicie a luta contra discursos de ódio e propagação de desinformação.
*Workshops
*A programação da 11ª edição da Conferência Web.br contou também com a
realização de diversos /workshops/. O debate sobre “Re-descentralização
da Web” trouxe ao público a importância de unir esforços para manter a
essência da Web, criada por Tim Berners-Lee como uma plataforma de todos
e para todos. O painel teve a participação de Débora Duarte
(especialista digital), Newton Calegari (Ether_City) e Bernadette Lóscio
(UFPE), com mediação de Caroline Burle (Ceweb.br) que anunciou a
tradução oficial para o português do documento *Boas Práticas para Dados
na Web <https://w3c.br/traducoes/DWBP-pt-br/>*, do World Wide Web
Consortium (W3C).
Redigido com a colaboração de Bernadette, Newton e Caroline, o documento
Boas Práticas para Dados na Web mostra como profissionais envolvidos com
a gestão da informação, desenvolvedores e demais interessados em
compartilhar e reutilizar dados podem publicá-los de maneira a alcançar
maiores benefícios e aproveitamento.
Tendo como base o documento, Bernadette discutiu durante a Conferência
Web.br a promoção de uma convivência harmoniosa entre provedores e
consumidores de dados por meio das boas práticas. “Ao compartilhar dados
na Web, encontramos diversos desafios como promover a sua
interoperabilidade, quais formatos utilizar, como disponibilizá-los e
identificar recursos, gerenciar feedback, entre outros. Esses desafios
precisam ser gerenciados com padrões definidos. Caso contrário, o
provedor publica um conjunto de dados que não tem valor, pois os
consumidores não conseguirão utilizá-los”, esclarece.
A pesquisadora elencou algumas das boas práticas a serem seguidas por
publicadores de dados para facilitar o compartilhamento de informações:
publicar metadados com descrição em linguagem natural e formato
/machine-readable/; oferecer espaço para coleta de /feedback/ dos
consumidores de dados; disponibilizar as informações adquiridas - o que
traz benefícios como o reuso dos dados, que quanto mais utilizados,
maior valor possuem.
A arquitetura descentralizada da Web foi comentada por Newton Calegari.
“Desde sua concepção, a Web foi criada de modo descentralizado, com
princípios claros propostos por Tim Berners-Lee, como ser aberta, livre,
global, segura e colaborativa. Cada vez mais dados são gerados na Web,
mas eles ficam ao alcance de poucas organizações, favorecendo a
centralização da Web”. Newton defende que a descentralização da Web
precisa ser debatida por diferentes atores da sociedade, entre membros
da academia e representantes do governo, para que a Web volte à sua
concepção original.
Finalizando a apresentação, Débora Duarte abordou o futuro do marketing
digital. Segundo a especialista, a publicidade é responsável por uma das
maiores receitas geradas na Web e as empresas que trabalham neste setor
precisam assegurar a segurança e privacidade dos dados que coletam,
principalmente diante da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que
entrará em vigor em agosto de 2020.
Em /workshop/ sobre /Design Thinking/ e Inteligência Artificial, Natalí
Garcia (Accenture Interactive) discutiu como a IA pode ser usada para
solucionar desafios do dia a dia, utilizando o método de /design/
centrado nas pessoas. A palestrante recomendou identificar as
necessidades dos usuários, definir quais dados serão utilizados e as
práticas necessárias para assegurar qualidade, equidade e conformidade
com as leis. Ao final do painel, Natalí propôs uma atividade em que os
presentes deveriam solucionar problemas utilizando IA ou sem o uso dessa
tecnologia.
Outro tema de destaque na Web.br 2019, o futuro da acessibilidade
digital foi debatido por Bruna Salton (IFRS), Ronaldo Tenório (Hand
Talk) e Simone Freire (Movimento Web para Todos) em /workshop/ mediado
por Reinaldo Ferraz (Ceweb.br). Durante o painel, Bruna apresentou
iniciativas do Instituto Federal do Rio Grande do Sul voltadas para
acessibilidade, desde os sítios institucionais até educação a distância
e documentos digitais. “As instituições educacionais precisam pensar na
acessibilidade, com políticas, centros e grupos de trabalho que foquem
nesta temática”, ressaltou.
Tenório comentou sobre o desenvolvimento do aplicativo Hand Talk, que
faz a tradução do português para libras e que foi adotado por mais de
300 sítios. “Acessibilidade não é apenas uma obrigação, temos que
mostrar para as organizações que ser acessível é uma oportunidade de
negócio e um recurso importante para sua evolução”, pontuou. Simone
Freire salientou a importância dos profissionais de tecnologia na
transformação desse cenário: “Temos que falar com quem produz conteúdo,
programa e desenvolve /site/s. É preciso capacitar para a acessibilidade
todos os profissionais que trabalham com digital”.
O evento também contou com /workshops/ práticos sobre como fazer uma
aplicação Web funcionar tanto /on-line/ como /off-line/, desenvolvimento
de /chatbots/ usando Python e processamento de linguagem natural,
gerenciamento de estado com código aberto e como corrigir aplicações
propositalmente vulneráveis e um /hackathon/ para prototipar soluções
/web/ contra o linchamento virtual.
Em breve, os vídeos e fotos das apresentações serão disponibilizados no
site da Conferência: *https://conferenciaweb.w3c.br/*.
*Sobre o Ceweb.br
*O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, tem
como missão disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web,
fomentar e impulsionar a sua evolução no Brasil por meio de estudos,
pesquisas e experimentações de novas tecnologias. No escopo de
atividades desenvolvidas pelo Centro, destacam-se o estímulo às
discussões sobre o ecossistema da Web e a preparação de subsídios
técnicos à elaboração de políticas públicas que fomentem esse
ecossistema como meio de inovação social e prestação de serviços. Mais
informações em *http://www.ceweb.br/*.
*Sobre o Escritório Brasileiro do W3C
*Por deliberação do CGI.br, o NIC.br agrega as atividades do escritório
do W3C no Brasil - o primeiro na América do Sul. O W3C é um consórcio
internacional que tem como missão conduzir a Web ao seu potencial
máximo, criando padrões e diretrizes que garantam sua evolução
permanente. Mais de 80 padrões foram já publicados, entre eles HTML,
XML, XHTML e CSS. O W3C no Brasil reforça os objetivos globais de uma
Web para todos, em qualquer dispositivo, baseada no conhecimento, com
segurança e responsabilidade. Mais informações em: *http://www.w3c.br/*.
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
*O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(*http://www.nic.br/*) é uma entidade civil, de direito privado e sem
fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê
Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (*http://www.registro.br/*),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br
(*http://www.cert.br/*), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
operações — Ceptro.br (*http://www.ceptro.br/*), produzir indicadores
sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br
(*http://www.cetic.br/*), implementar e operar os Pontos de Troca de
Tráfego — IX.br (*http://ix.br/*), viabilizar a participação da
comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a
formulação de políticas públicas — Ceweb.br (*http://www.ceweb.br*
<http://www.ceweb.br/>), e abrigar o escritório do W3C no Brasil
(*http://www.w3c.br/*).**
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br*
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*http://www.cgi.br/principios*). Mais informações em
*http://www.cgi.br/*.
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