[Anúncios NIC.br] Estatísticas do CERT.br apontam aumento de ataques de negação de serviço em 2019
imprensa em nic.br
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Ter Fev 4 11:31:21 -03 2020
São Paulo, 4 de fevereiro de 2020
*Estatísticas do CERT.br apontam aumento de ataques de negação de
serviço em 2019*
/Dados mostram uma diminuição dos casos de IPs alocados no Brasil
permitindo amplificação de tráfego/
Em 2019, o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de
Segurança no Brasil (CERT.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto BR (NIC.br), *recebeu 875.327 notificações de incidentes de
segurança* <https://www.cert.br/stats/>, número 29% maior que o total de
2018. Além do crescimento do total de incidentes, que são reportados
voluntariamente por usuários de Internet, o CERT.br recebeu 301.308
notificações sobre computadores que participaram de ataques de negação
de serviço (em inglês, /Denial of Service/ - DoS). O número é o maior da
série histórica, sendo 90% maior que em 2018.
A negação de serviço é uma técnica em que um atacante utiliza um
equipamento conectado à rede para tirar de operação um serviço, um
computador ou uma rede conectada à Internet. Quando um conjunto de
equipamentos é utilizado no ataque, recebe o nome de Ataque Distribuído
de Negação de Serviço (em inglês, /Distributed Denial of Service/ -
DDoS). Em 2019, o maior número de notificações de DDoS foi de ataques do
tipo UDP /flood/ gerados por /botnets/ (redes formadas por centenas ou
milhares de computadores infectados com /bots/) de IoT (do inglês,
/Internet of Things/). /Botnets/ como Mirai e Bashlite, que infectam
tanto dispositivos como DVRs, quanto roteadores de banda larga, foram
responsáveis pela maior parte dos ataques notificados.
“O número de DDoS tem crescido, em grande parte, pela facilidade que os
atacantes têm de realizar esse tipo de ação. Vulnerabilidades no
/software/ embarcado e nas configurações padrão de modems e roteadores
Wi-Fi permitem que esses equipamentos sejam alvo de uma variedade de
abusos, até o completo comprometimento por /malware/”, explica Cristine
Hoepers, gerente do CERT.br. Requisitos Mínimos de Segurança para
Aquisição de Equipamentos para Conexão de Assinante (CPE) são descritos
em documento conjunto do LACNOG (Grupo de Operadores de Redes da América
Latina e o Caribe) e M^3 AAWG (Messaging, Malware and Mobile Anti-Abuse
Working Group), disponível no endereço:
*https://www.m3aawg.org/sites/default/files/lac-bcop-1-m3aawg-v1-portuguese-final.pdf*.
*Amplificação*
De acordo com os incidentes de segurança reportados ao CERT.br em 2019,
26% dos casos de ataque DoS envolveram protocolos de rede que podem ser
utilizados como amplificadores, tais como: CHARGEN (19/UDP), DNS
(53/UDP), NTP (123/UDP), SNMP (161/UDP), LDAP (389/TCP) e SSDP
(1900/UDP). Em 2018, os casos notificados que envolviam estes protocolos
eram maioria e correspondiam a mais de 70%.
Além da queda em incidentes reportados envolvendo estes protocolos,
outras estatísticas mantida pelo CERT.br - de notificações enviadas aos
sistemas autônomos cujas redes possuem sistemas mal configurados, que
podem ser abusados por atacantes para *amplificar tráfego*
<https://www.cert.br/stats/amplificadores/> - também apontam diminuição
dos casos de IPs permitindo amplificação. "De julho de 2018 até dezembro
de 2019, o número de IPs permitindo amplificação alocados no Brasil
reduziu cerca de 60%. Essa diminuição está ligada ao *Programa por uma
Internet mais Segura* <https://bcp.nic.br/i+seg/>, mantido pelo CGI.br e
NIC.br, que tem contribuído de forma significativa para conscientizar
operadoras e provedores de Internet sobre boas práticas de
infraestrutura de rede”, destaca Hoepers.
De forma complementar, as estatísticas também mantidas pelo CERT.br de
ataques contra */honeypots/* <https://www.cert.br/stats/honeypots/> -
sensores distribuídos no espaço de endereços IP da Internet no Brasil,
que ampliam a capacidade de detecção de incidentes e correlação de
eventos - apontam a continuidade das varreduras à procura de serviços
passíveis de serem abusados para amplificação de tráfego. “É importante
destacar que os dados dos /honeypots/ mostram que a busca por
amplificadores continua igual, o que sugere que a redução deste tipo de
abuso no Brasil esteja sim relacionada com a melhora do ecossistema”,
reforça Cristine.
*Varreduras e propagação de códigos maliciosos*
As notificações de incidentes reportadas ao CERT.br sobre varreduras -
técnica que tem o objetivo de identificar computadores ativos e coletar
informações sobre eles -, aliadas aos dados obtidos por meio dos
/honeypots/, apontam um aumento de varreduras contra serviços
relacionados a /e-mails/. As notificações de varreduras somaram 409.748
em 2019, correspondendo a um aumento de 3% em relação a 2018. Os
serviços que podem sofrer ataques de força bruta (tentativas de
adivinhação de senhas) continuam sendo muito visados: SSH (22/TCP) com
37% das notificações de varreduras, RDP (3389/TCP) com 2% e TELNET
(23/TCP) com 1% das notificações em 2019.
Os dados dos /honeypots/ apontam, de forma complementar, um aumento de
varreduras contra serviços de /e-mail/, mais notadamente às portas POP3
(110/TCP), SMTPS (465/TCP), IMAPS (993/TCP) e POPS (995/TCP). "Este
aumento pode ser relacionado com o aumento de força bruta contra
serviços de /e-mail/ que temos visto nas notificações de incidentes de
segurança reportadas ao CERT.br. É essencial que, frente ao aumento
desse tipo de ataque, as organizações invistam na adoção de múltiplos
fatores de autenticação, e não mais apenas /login/ e senha.", avalia
Cristine. O CERT.br mantém o Fascículo *Verificação em Duas Etapas*
<https://cartilha.cert.br/fasciculos/verificacao-duas-etapas/fasciculo-verificacao-duas-etapas.pdf>,
com dicas sobre a importância desse tipo de proteção e como utilizá-la.
Ainda de acordo com os /honeypots/, de 2018 para 2019 houve um aumento
de 546% no número de pacotes contra a porta RDP (Remote Desktop
Protocol), sendo que este aumento coincidiu com a divulgação da
vulnerabilidade chamada BlueKeep (CVE-2019-0708), que passou a ser
explorada por diversos códigos maliciosos. “O início do abuso poucas
semanas após a disponibilização da atualização pela Microsoft reforça a
importância de aplicar /patches/ para a proteção da rede o quanto
antes”, comenta Cristine. O CERT.br também registrou, de 2018 para 2019,
um aumento em 460% no número de pacotes contra a porta HTTPS.
Para ter acesso aos gráficos e dados estatísticos completos do CERT.br
do ano de 2019 e períodos anteriores, visite:
*https://www.cert.br/stats/*. Conheça também o *Portal de Boas Práticas
para a Internet no Brasil* <https://bcp.nic.br/>, a *Cartilha de
Segurança para Internet* <https://cartilha.cert.br/> e o *glossário*
<https://cartilha.cert.br/glossario/>.
*
Sobre o CERT.br*
O CERT.br é o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de
Segurança no Brasil. Desde 1997, o grupo é responsável por tratar
incidentes de segurança envolvendo redes conectadas à Internet no
Brasil. O Centro também desenvolve atividades de análise de tendências,
treinamento e conscientização, com o objetivo de aumentar os níveis de
segurança e de capacidade de tratamento de incidentes no Brasil. Mais
informações em *https://www.cert.br/*.
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br*
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(*http://www.nic.br/*) é uma entidade civil, de direito privado e sem
fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê
Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (*http://www.registro.br/*),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br
(*http://www.cert.br/*), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
operações — Ceptro.br (*http://www.ceptro.br/*), produzir indicadores
sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br
(*http://www.cetic.br/*), implementar e operar os Pontos de Troca de
Tráfego — IX.br (*http://ix.br/*), viabilizar a participação da
comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a
formulação de políticas públicas — Ceweb.br (*http://www.ceweb.br*
<http://www.ceweb.br/>), e abrigar o escritório do W3C no Brasil
(*http://www.w3c.br/*).
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br*
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios de
multilateralidade, transparência e democracia, o CGI.br representa um
modelo de governança multissetorial da Internet com efetiva participação
de todos os setores da sociedade nas suas decisões. Uma de suas
formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet
(*http://www.cgi.br/principios*). Mais informações em *http://www.cgi.br/*.*
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