<html>
  <head>

    <meta http-equiv="content-type" content="text/html; charset=utf-8">
  </head>
  <body text="#000000" bgcolor="#FFFFFF">
    <p>São Paulo, 9 de agosto de 2018</p>
    <p><b>IX Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais
        debate impactos da lei geral de proteção de dados pessoais</b><br>
      <em>Representantes do governo, comunidade científica e
        tecnológica, empresas e terceiro setor discutiram benefícios e
        desafios da legislação que aguarda sanção presidencial<br>
      </em></p>
    <p>Na iminência da sanção presidencial de uma lei geral de proteção
      de dados pessoais, renomados especialistas nacionais e
      internacionais reuniram-se nos dias 7 e 8 de agosto em São Paulo
      para discutir a legislação como instrumento impulsionador da
      economia digital. O debate aconteceu durante o <strong><a
          href="https://seminarioprivacidade.cgi.br/" target="_blank">IX
          Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais</a></strong>,
      promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo
      Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em
      parceria com o Ministério Público Federal de São Paulo (MPF/SP), o
      Centro de Ensino em Pesquisa e Inovação da Escola de Direito de
      São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Internet Society
      (ISOC).</p>
    <p>Um dos principais aspectos tratados pelos presentes foi a
      necessidade de criação de uma autoridade independente de proteção
      de dados que aplique e fiscalize a lei, ponto que foi ressaltado
      como fundamental pelos palestrantes internacionais que
      participaram do evento. Bruno Gencarelli (Diretor Geral de Justiça
      e Consumidores da União Europeia), Bojana Bellamy (Centre for
      Information Policy Leadership) e Sophie Kwasny (Council of Europe)
      concordaram que, para o Brasil entrar efetivamente no mapa global
      de fluxo de dados sendo considerado por outros países e blocos
      econômicos como um país de nível adequado, é necessário promover
      avanços, não só na infraestrutura legal – com a nova lei –, mas
      também de maneira institucional a partir de uma autoridade de
      proteção de dados pessoais independente e autônoma.</p>
    <p>"Sou muito otimista que teremos a sanção presidencial sem vetos,
      pois a não existência de uma autoridade garantidora retira a
      efetividade da lei", afirmou o deputado federal Orlando Silva
      (PCdoB/SP), relator do PLC 53/2018 na Câmara dos Deputados,
      durante a abertura do Seminário. O tema foi discutido com
      profundidade durante o coquetel de debates sobre a conjuntura
      brasileira, dada a possibilidade de veto presidencial. Durante o
      painel foram apresentados diferentes modelos institucionais, assim
      como opções regulatórias para a composição de tal autoridade.<span>
        <br>
      </span></p>
    <p><strong>Nove anos de discussões</strong></p>
    <p>Durante a abertura do evento, Demi Getschko (NIC.br) lembrou que
      são os recursos arrecadados por meio do registro de domínios .br
      que permitem a realização de iniciativas como as nove edições do
      Seminário de Privacidade. "Os recursos do .br são investidos em
      benefício da Internet, em projetos e discussões de interesse da
      comunidade. Esse é um modelo que foi bem estruturado no país e é
      importante que seja preservado". Marina Feferbaum (CEPI-FGV
      Direito SP) destacou que o Seminário é referência nacional no
      debate da proteção de dados e uma inspiração para instituições de
      ensino, enquanto Raquel Gatto (ISOC) discorreu sobre a trajetória
      percorrida. "A ideia do Seminário começou com o esboço de uma
      possível proposta de lei de proteção de dados. Depois de promover
      mais conhecimento sobre o tema e qual seria o caminho brasileiro,
      finalmente a lei foi aprovada e aguarda a sanção presidencial".</p>
    <p>O momento histórico da realização do evento também foi enaltecido
      por Maximiliano Martinhão (MCTIC/CGI.br), que ressaltou "a
      importância estratégica de uma legislação de proteção de dados
      como ferramenta que simultaneamente sirva para proteger os
      cidadãos, mas que também seja capaz de viabilizar o
      desenvolvimento da economia digital em linha com as recomendações
      da OCDE e com as experiências de outros países". Martinhão lembrou
      ainda da <span><a
href="https://cgi.br/esclarecimento/nota-publica-do-cgi-br-em-apoio-ao-plc-53-2018-recem-aprovado-no-congresso-nacional/"
          target="_blank"><strong>nota pública</strong></a></span>
      divulgada pelo CGI.br nessa segunda-feira (06/08) em apoio ao PLC
      53/2018.</p>
    <p>Orlando Silva (Deputado Federal PCdoB/SP) relator do PLC 53/2018
      na Câmara trouxe o histórico da discussão do texto até a aprovação
      da lei no Congresso. "O CGI.br foi um dos interlocutores
      fundamentais para que pudéssemos dar um passo adiante na votação
      da lei que está na iminência de ser sancionada pelo presidente da
      República", pontuou, lembrando que o projeto foi aprovado por
      unanimidade no Congresso. Luiz Costa (MPF/SP) afirmou que não
      consegue imaginar um sistema de proteção de dados em que você
      tenha só princípios sem uma autoridade garantidora que faça zelar
      pelas regras de proteção de dados.<br>
      <br>
      <strong>Economia de dados</strong></p>
    <p>Escândalos recentes de uso indevido de dados pessoais chamaram
      atenção para a importância da proteção dos dados no nível do
      indivíduo e da sociedade. "O funcionamento da democracia e a
      integridade do processo eleitoral estão em jogo", destacou Bruno
      Gencarelli. Em apresentação, moderada por Diego Canabarro
      (assessor especialista do CGI.br), Gencarelli classificou o PLC
      53/2018 aprovado pelo Congresso Nacional como um grande avanço
      para o Brasil que irá impulsionar a integração brasileira na
      economia global de dados.</p>
    <p>"É fundamental para desencadear o potencial do fluxo de dados. A
      lei brasileira possui um conjunto de princípios em comum com a
      GDPR e contribui para a convergência. Estamos ansiosos para
      trabalhar com o Brasil", sublinhou, enfatizando a necessidade da
      criação de uma autoridade independente. "Quando se fala na
      aplicação da lei, a autoridade pode assegurar um conjunto de
      soluções mais amplo. Não se trata apenas de uma máquina de multas,
      ao contrário, ela deve engajar os diferentes setores".</p>
    <p>Devemos promover um "engajamento construtivo" entre reguladores e
      regulados, concordou Bojana Bellamy. Ela acredita que as
      organizações devem colocar mais esforços em áreas de maior risco.
      "A observância da lei é algo bom para os negócios, promove
      confiança na sociedade digital. Se as empresas não adotarem isso,
      não serão competitivas", enfatizou durante painel moderado por
      Thiago Jardim (MRE). Laura Juanes (Facebook) chamou atenção para
      os mitos criados a partir da vigência do Regulamento Europeu de
      Proteção de Dados (GDPR). "Existe uma clara definição de regras e
      responsabilidades para empresas", lembrou.</p>
    <p>"A proteção de dados é um dos elementos essenciais para que o
      país adentre na economia da informação de forma madura",
      considerou Danilo Doneda (UERJ) durante os debates sobre a
      conjuntura brasileira e quanto à sanção presidencial da lei geral
      de proteção de dados no País. Na opinião do especialista, qualquer
      solução que não seja a sanção integral da lei seria vista com
      muito ruído e debate pela comunidade. "Qualquer veto poderia
      colocar as peças do jogo num estágio inferior e traria penalidades
      muito grandes", alertou.<span> <br>
      </span></p>
    <p>A questão da segurança jurídica e necessidade de se tratar dados
      para inovar foi apontada por Ana Paula Bialer (Brasscom) como a
      principal expectativa do setor privado em relação à sanção da lei
      em sua integralidade. "Estamos construindo uma nova sociedade
      digital. É muito importante termos confiança nos pilares que vão
      fundamentar o seu desenvolvimento", complementou Andriei Gutierrez
      (IBM Brasil). Henrique Faulhaber (CGI.br) lembrou que a lei deve
      ser uma oportunidade de proteger os cidadãos e permitir que as
      empresas tenham inserção maior no mundo globalizado.</p>
    <p>“O que está em jogo não é mais o direito de ser deixado em paz”,
      afirmou Ricardo Abramovay (IEE-USP), “mas são dois valores
      fundamentais da sociedade contemporânea: livre concorrência e
      democracia. O poder de quem tem o comando sobre os dados para
      ditar as regras da concorrência se tornou uma ameaça à própria
      economia de mercado. O empreendedorismo está fortemente abalado e
      não pode se tornar digital, descentralizado e de larga escala sem
      uma lei de proteção de dados pessoais", enfatizou durante a
      apresentação "Ética dos dados para uma inteligência artificial a
      serviço da sociedade", moderada por Tanara Lauschner (CGI.br).</p>
    <p><strong>Desafios da legislação</strong></p>
    <p>No que trata especificamente da autoridade de dados, Laura
      Schertel Mendes (UnB e CEDIS/IDP) afirmou que a agência deve
      preservar o tripé – poder sancionatório, <em>expertise</em> e
      independência. Vinicius Marques de Carvalho (USP) chamou atenção
      para a importância de que a autonomia promova legitimidade e
      referência. "Temos forte conhecimento de que uma autoridade
      supervisora é uma necessidade absoluta", defendeu Sophie Kwasny, a
      partir da experiência da Convenção 108.</p>
    <p>Uma autoridade de composição multissetorial foi defendida por
      Thiago Camargo (SEPOD/MCTIC), que demonstrou preocupação com um
      ponto da lei que trata da possibilidade de auditoria em banco de
      dados sem autorização judicial. "Acho que nenhum governo deveria
      ter algum poder de fazer essa auditoria. Não é saudável dar uma
      autorização dessa", afirmou. Em resposta à Camargo, Bruno
      Gencarallei pontuou que "esse receio só se justifica se a
      autoridade não for efetivamente independente", já Bojana Bellamy
      comentou que o poder de auditorias tem sido essencial para
      investigações recentes, como o caso envolvendo a Cambridge
      Analytica.</p>
    <p>Também durante o coquetel de debates do Seminário de Privacidade,
      Bia Barbosa (Intervozes) destacou o desafio de desconstruir
      leituras equivocadas sobre a lei, especialmente no que trata das
      multas. A convivência e conflitos entre a lei de proteção e dados
      e o Marco Civil da Internet foram comentados por Carlos Affonso
      Souza (ITS Rio), enquanto Rafael Zanatta (Idec) lembrou do debate
      sobre a lei do cadastro positivo com a expansão do direito dos
      cadastrados.</p>
    <p><strong>Internet e Jurisdição</strong></p>
    <p>O painel "Cooperação internacional e acesso transfronteiriço a
      dados para investigações criminais" trouxe ao debate posições
      diferentes sobre a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)
      51, ajuizada pela Assespro no Supremo Tribunal Federal. Letícia
      Zereu Batistela (Assespro) defendeu a necessidade da ADC 51 diante
      do que considera "grande risco de empresas estrangeiras retirarem
      qualquer participação societária ou de capitais em unidades
      empresariais brasileiras". A ação busca validar dispositivos de
      cooperação internacional referentes à obtenção de conteúdo de
      comunicação privada sob controle de provedores de aplicativos de
      Internet sediados no exterior.</p>
    <p>Vladimir Aras (MPF), por outro lado, afirmou que "o Brasil
      estaria caminhando para trás se a ADC 51 for julgada procedente".
      Na opinião do procurador, a Justiça brasileira tem jurisdição e o
      Marco Civil da Internet é suficiente para resolver questões
      relacionadas à obtenção de comunicação privada. André Veras
      Guimarães (MRE), por sua vez, defendeu que o interesse nacional
      deve ser o denominador comum entre as várias instâncias dos
      estados brasileiros.</p>
    <p>Luíza Couto Chaves Brandão (IRIS - UFMG) destacou questões que
      envolvem acesso a dados e demanda por modernização, que convidam
      uma série de setores ao debate tendo em mente os direitos dos
      usuários. Moderado por Thiago Tavares (CGI.br), que enfatizou
      interesse do CGI.br em defender o Marco Civil da Internet na sua
      integralidade, o painel também contou com apresentação de Daniel
      Ackerman (DOJ-USA) que tratou do <em>Cloud Act</em> (Clarifying
      Lawful Overseas Use of Data Act), projeto aprovado no Congresso
      dos Estados Unidos que estabelece que provedores com base nos EUA
      devem disponibilizar dados armazenados em seus servidores.</p>
    <p>A programação do Seminário de Privacidade contemplou ainda temas
      como: o papel do setor privado na proteção à privacidade e aos
      dados pessoais; marcadores sociais e práticas discriminatórias;
      possibilidades e limites do tratamento de dados para fins de
      estratificação, segmentação e categorização; prevenção e reparação
      de danos em vazamentos de dados e informações sigilosas; e, por
      fim, privacidade por concepção (<em>by</em> <em>design</em>) e
      por padrão (<em>by</em> <em>default</em>). Reveja todas as
      discussões promovidas no evento: <a
href="https://www.youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyOZVGYJeegT8I-mHrWOPIiYh"
        target="_blank"><strong>https://www.youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyOZVGYJeegT8I-mHrWOPIiYh</strong></a>.<br>
      <br>
      <strong>Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR –
        NIC.br</strong></p>
    <p>O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (<strong><span><a
            href="http://www.nic.br/">http://www.nic.br/</a></span></strong>)
      é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que
      além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da
      Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o
      registro de nomes de domínio — Registro.br (<strong><span><a
            href="http://www.registro.br/">http://www.registro.br/</a></span></strong>),
      estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil —
      CERT.br (<strong><span><a href="http://www.cert.br/">http://www.cert.br/</a></span></strong>),
      estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (<strong><span><a
            href="http://www.ceptro.br/">http://www.ceptro.br/</a></span></strong>),
      produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da
      comunicação — Cetic.br (<strong><span><a
            href="http://www.cetic.br/">http://www.cetic.br/</a></span></strong>),
      implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (<strong><span><a
            href="http://ix.br/">http://ix.br/</a></span></strong>),
      viabilizar a participação da comunidade brasileira no
      desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de
      políticas públicas — Ceweb.br (<strong><span><a
            href="http://www.ceweb.br/">http://www.ceweb.br</a></span></strong>),
      e abrigar o escritório do W3C no Brasil (<strong><span><a
            href="http://www.w3c.br/">http://www.w3c.br/</a></span></strong>).<strong>
        <br>
      </strong></p>
    <p><strong>Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br</strong></p>
    <p>O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por
      estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e
      desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as
      iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade
      técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com
      base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o
      CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático,
      elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade
      são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas
      formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da
      Internet (<strong><span><a href="http://www.cgi.br/principios">http://www.cgi.br/principios</a></span></strong>).
      Mais informações em <strong><span><a href="http://www.cgi.br/">http://www.cgi.br/</a></span></strong>.</p>
    <strong>Flickr:</strong><strong> <a class="moz-txt-link-freetext"
        href="http://www.flickr.com/NICbr/">http://www.flickr.com/NICbr/</a><br>
      Twitter:</strong><strong> <a class="moz-txt-link-freetext"
        href="http://www.twitter.com/comuNICbr/">http://www.twitter.com/comuNICbr/</a><br>
      YouTube:</strong><strong> <a class="moz-txt-link-freetext"
        href="http://www.youtube.com/nicbrvideos">http://www.youtube.com/nicbrvideos</a><br>
      Facebook:</strong><strong> <a class="moz-txt-link-freetext"
        href="https://www.facebook.com/nic.br">https://www.facebook.com/nic.br</a><br>
    </strong><strong>Telegram: <a href="https://telegram.me/nicbr">https://telegram.me/nicbr</a><a>
      </a><a href="https://telegram.me/nicbr"><br>
      </a></strong><br>
    <strong></strong>Os releases e comunicados do NIC.br e CGI.br são
    enviados aos inscritos na lista<strong> <strong><a
          class="moz-txt-link-abbreviated" href="mailto:anuncios@nic.br">anuncios@nic.br</a>
      </strong></strong>sempre que publicados em nossos sítios. Caso não
    queira mais recebê-los, siga as instruções disponíveis<strong> <strong><a
          href="https://mail.nic.br/mailman/listinfo/anuncios">aqui</a></strong></strong>.<br>
    <br>
    <br>
  </body>
</html>