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<p>Goiânia, 7 de novembro de 2018</p>
<p><b>CGI.br discute plataformas e mercado de dados no encerramento
do VIII Fórum da Internet no Brasil</b><br>
<em>Durante quatro dias, representantes do Governo, empresas,
comunidade científica e tecnológica e terceiro setor debateram
temas relacionados à governança da Internet<br>
</em></p>
<p>As relações entre as plataformas digitais e os usuários de
Internet, os riscos e as oportunidades envolvidas e,
principalmente, as preocupações com a privacidade e a proteção dos
dados pessoais estiveram em discussão durante a sessão plenária
"Plataformas e mercado de dados", realizada nesta quarta-feira
(7/11), último dia de atividades do <strong><a
href="https://forumdainternet.cgi.br/" target="_blank">VIII
Fórum da Internet no Brasil</a></strong>. Principal espaço de
debates no País sobre temas relacionados à governança da Internet,
o evento foi realizado durante quatro dias no Centro de Eventos da
Universidade Federal de Goiás (UFG) e reuniu representantes do
Governo, empresas, comunidade científica e tecnológica, terceiro
setor e usuários de Internet. Foram 27 <em>workshops </em>e
sessões plenárias sobre temas como <strong><a
href="https://cgi.br/noticia/releases/impactos-do-uso-da-internet-nas-eleicoes-sao-debatidos-pelo-cgi-br-no-viii-forum-da-internet/"
target="_blank">Internet, Democracia e Eleições</a></strong> e
<strong><a
href="https://cgi.br/noticia/releases/memoria-digital-e-atividades-culturais-on-line-pautam-abertura-do-viii-forum-da-internet/"
target="_blank">Memória Digital</a></strong>, além do
lançamento de <strong><a
href="https://cgi.br/noticia/releases/um-terco-dos-brasileiros-ouve-musica-pela-internet-diariamente-aponta-cetic-br/"
target="_blank">dados inéditos da pesquisa TIC Domicílios</a></strong>
sobre atividades culturais <em>on-line</em>.</p>
<p>Durante a plenária "Plataformas e mercado de dados", Marcos
Dantas (CGI.br e UFRJ) promoveu a discussão econômica e política
do tema, enfatizando que, apesar das diferenças dos serviços
oferecidos, as plataformas devem ser discutidas e investigadas
como grandes "praças de mercado". O conselheiro destacou que o
Google, Facebook, Amazon e similares integram um mercado que
movimentou US$ 365 bilhões em 2017. São grandes corporações que,
na avaliação de Dantas, mantém estreita relação com capital
financeiro, quando não estão diretamente controladas por
investidores e especuladores no mercado de ações.</p>
<p>O conselheiro e professor da UFRJ ressaltou que as plataformas
buscam manter os usuários em frenética atividade na rede
fornecendo enorme quantidade de dados pessoais. "Precisamos
repensar o modelo de Internet e discutir não mais a Internet em
si, mas o papel econômico, financeiro, político e cultural que as
plataformas passam a ter nas nossas vidas. Debater como tratar as
plataformas nas suas especificidades, nas suas relações com a
sociedade e com o mercado, inclusive relações monopolistas",
afirmou Dantas, que defende que as plataformas sejam reguladas
como sistemas de natureza pública. "Precisamos de uma nova agenda
que priorize a soberania política, cultural e de dados", concluiu.</p>
<p>Renata Mielli (Centro de Estudos Barão de Itararé) lembrou que os
desafios crescem a partir da produção de dados por dispositivos
IoT. "As máquinas e objetos terão a sua função original alterada,
vão gerar um volume de informações que podem nos levar a uma
sociedade de vigilância", alertou. Em concordância com Dantas,
Mielli opina que "é inevitável discutir iniciativas para regular o
monopólio das plataformas digitais".</p>
<p>A especialista também chamou atenção para os riscos do monopólio
para o campo da comunicação. "Muitas plataformas não são empresas
produtoras de informação, mas intermediárias, determinantes para o
que circula ou não na sociedade. Para a área da comunicação, isso
é muito grave. Uma sociedade democrática precisa de pluralidade de
fontes de informações e diversidade de circulação de conteúdo",
pontuou.</p>
<p>Luana Lund (MCTIC) trouxe a visão política do tema a partir da
Estratégia Brasileira para Transformação Digital. Iniciativa do
Governo Federal, o E-Digital tem a sua atuação baseada em eixos
como: economia baseada em dados, mundo de dispositivos conectados,
novos modelos de negócios, cidadania e governo. "É necessário
incentivarmos uma economia baseada em dados que traga inovação,
mas que também seja pautada na confiança, segurança e proteção de
direitos nesse ambiente", defendeu Lund.</p>
<p>Estudo da McKinsey citado pela especialista aponta que o fluxo
global de dados cresceu 45 vezes de 2005 a 2014. "Estamos cada vez
mais conectados. Com o aprimoramento de tecnologias de cruzamento
de dados e redução de custos da coleta, a produção de dados tende
a ser ainda maior", afirmou Lund, que considera o mercado de dados
estratégico para o crescimento econômico e para implementação de
políticas voltadas ao estímulo à inovação. "A Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais ajuda a garantir equilíbrio entre o
incentivo à economia digital e a proteção de direitos
fundamentais", opinou.</p>
<p>A perspectiva do setor empresarial foi apresentada na plenária
por Hugo Seabra (<em>startup</em> Congressy), que destacou a
relevância dos serviços prestados pelas plataformas. "Minha bisavó
guardava dinheiro embaixo do colchão. Já a nossa geração considera
impensável pegar fila em bancos, usamos os serviços digitais.
Oferecemos os nossos dados desde que tenhamos comodidade, pois
estamos na era do imediatismo", afirmou.</p>
<p>Para Seabra, as plataformas funcionam como intermediárias entre
aqueles que estão interessados em serviços e aqueles que têm
serviços a oferecer. "Vivemos um momento de individualização. A
plataforma quer personalizar a experiência e mostrar que você não
é igual a todo mundo", ressaltou o empresário, que também citou a
Lei Geral de proteção de Dados Pessoais como premissa para a
proteção dos dados dos usuários.</p>
<p><strong><em>Workshops</em></strong></p>
<p>Construída de forma colaborativa a partir de uma chamada de
propostas, a programação do VIII Fórum da Internet contou com <em>workshops</em>
sobre temas diversos. Entre os destaques desta quarta-feira (7),
estão as discussões sobre acessibilidade, assunto abordado nas
atividades "Violações invisíveis: acessibilidade e dilemas da
inclusão na Internet no Brasil" e "Deficientes visuais e os
desafios de acessibilidade na internet: educação e capacitação".
Os encontros tiveram a participação de intérpretes de libras da
Faculdade de Letras da UFG. Outros temas que também foram
debatidos no evento são inteligência artificial e inclusão,
proteção de dados pessoais, combate à desinformação <em>on-line</em>,
contranarrativas para enfrentamento ao discurso de ódio na
Internet, criptografia, regulação e direitos humanos, políticas de
inclusão digital.</p>
<p><strong>8ª edição do Fórum</strong></p>
<p>Atividade preparatória para a participação brasileira no IGF, o
VIII Fórum da Internet no Brasil teve início no domingo (4) com
atividades auto-organizadas por entidades dos setores
governamental, empresarial, terceiro setor e comunidade científica
e tecnológica. Na segunda-feira (5), as <strong><a
href="https://cgi.br/noticia/releases/memoria-digital-e-atividades-culturais-on-line-pautam-abertura-do-viii-forum-da-internet/"
target="_blank">discussões foram pautadas</a></strong> pelo
consumo de bens culturais dos brasileiros pela Internet, a partir
do lançamento de <strong><a
href="https://cetic.br/tics/domicilios/2017/individuos/"
target="_blank">dados inéditos da pesquisa TIC Domicílios</a></strong>,
assim como o debate sobre o potencial da Internet e das
tecnologias da informação e comunicação para a criação de acervos
digitais. Já na terça-feira (6), as <strong><a
href="https://cgi.br/noticia/releases/impactos-do-uso-da-internet-nas-eleicoes-sao-debatidos-pelo-cgi-br-no-viii-forum-da-internet/"
target="_blank">consequências do uso da Internet nas eleições</a></strong>
foram discutidas por membros do CGI.br e especialista do
Intervozes. Os vídeos com cada apresentação das sessões plenárias
e 27 <em>workshops</em> serão disponibilizados em breve no canal
do NIC.br no YouTube (<a
href="https://www.youtube.com/NICbrvideos" target="_blank"><strong>https://www.youtube.com/NICbrvideos</strong></a>).</p>
<p><strong>Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br</strong></p>
<p>O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por
estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e
desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as
iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade
técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com
base nos princípios de multilateralidade, transparência e
democracia, o CGI.br representa um modelo de governança
multissetorial da Internet com efetiva participação de todos os
setores da sociedade nas suas decisões. Uma de suas formulações
são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (<span><a
href="http://www.cgi.br/principios"><strong>http://www.cgi.br/principios</strong></a></span>).
Mais informações em <span><a href="http://www.cgi.br/"><strong>http://www.cgi.br/</strong></a></span>.<strong>
<br>
</strong></p>
<strong>Flickr:</strong><strong> <a class="moz-txt-link-freetext"
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<strong></strong>Os releases e comunicados do NIC.br e CGI.br são
enviados aos inscritos na lista<strong> <strong><a
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</strong></strong>sempre que publicados em nossos sítios. Caso não
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