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<p>São Paulo, 13 de dezembro de 2019</p>
<p>Fórum Regional de IA na América Latina e Caribe amplia reflexão
sobre oportunidades e desafios da Inteligência Artificial<br>
<em>Realizado pela UNESCO e coorganizado pelo CGI.br, NIC.br e
Governo Federal, Fórum reuniu autoridades e especialistas
renomados na USP<br>
</em></p>
<p>Questões-chave associadas à Inteligência Artificial (AI) como
governança, dimensões éticas e proteção de dados pessoais foram
discutidas por autoridades e especialistas nacionais e
internacionais durante o <span><a
href="https://unesco-regional-forum-ai.cetic.br/pt/"
target="_blank"><strong>Fórum Regional de IA na América Latina
e Caribe</strong></a></span>, realizado nesta quinta (12) e
sexta-feira (13) na Universidade de São Paulo (USP). O evento da
UNESCO foi coorganizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil
(CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Comunicação do Ponto BR
(NIC.br), por meio do seu Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), e pelo
Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério de Relações
Exteriores (MRE), com parceria da USP.</p>
<p>Durante a cerimônia de abertura, Vahan Agopyan (USP) enalteu a
escolha do Fórum de trazer uma abordagem humana para a discussão
de IA. De forma complementar, o Ministro Marcos Pontes, do MCTIC,
destacou que "a inteligência artificial é uma ferramenta muito
poderosa, mas que tem que estar sob a decisão e comando dos seres
humanos". Pontes chamou atenção para a importância do debate
envolvendo diferentes países e culturas com o objetivo de
encontrar soluções aos problemas comuns.</p>
<p>"É fundamental compreender o alcance da IA, possíveis mudanças no
comportamento humano, a lógica dos algoritmos, aprofundar
pesquisas e promover a construção de uma estratégia nacional de
IA", pontuou Maximiliano Martinhão (CGI.br), que saudou a
iniciativa da Unesco de realizar encontros que facilitam a
definição dos papeis dos países diante dos desafios e
oportunidades da IA. Em concordância, Moez Chakchouk (UNESCO)
pontuou que a ética em IA deve ser debatida em nível
internacional, incluindo diversos <em>stakeholders</em> de paises
desenvolvidos e em desenvolvimento.</p>
<p>Ainda durante a cerimônia de abertura, houve a assinatura de
aditivo do convênio entre o MCTIC, FAPESP e CGI.br para a
implementação de laboratórios de IA no país. "A Internet no Brasil
nasceu na FAPESP, que foi o berçário do NIC.br. Esse é o papel da
FAPESP: promover iniciativas que crescem além dela. Também estou
feliz pela assinatura desse acordo para a criação de centros de
pesquisas na fronteira do conhecimento em IA e segurança
cibernética", afirmou Marco Antonio Zago (FAPESP). O projeto
consiste na implementação de oito centros, metade deles em São
Paulo e outra metade em outras cidades brasileiras, que deverão
concentrar pesquisadores das mais diferentes áreas.</p>
<p><strong>IA e políticas públicas</strong></p>
<p>Em painel interamericano sobre o desenvolvimento de políticas
públicas para IA, o ministro Marcos Pontes chamou atenção para a
consulta pública lançada pelo MCTIC para participações da
sociedade civil na Estratégia Brasileira de Inteligência
Artificial. Pontes listou políticas implementadas pelo Governo
Federal para formar a base de introdução de novas tecnologias no
país, como o decreto para Internet das Coisas (IoT na sigla em
inglês) que possui quatro câmaras de discussões: indústria, saúde,
cidades inteligentes e agricultura.</p>
<p>O painel contou com a participação de Jennifer May, embaixadora
do Canadá no Brasil, que comentou a política canadense de
inteligência artificial. O Canadá foi o primeiro país a
desenvolver uma estratégia na área. "Apoio à inovação, à
comercialização, atenção às implicações, tudo isso com base na
colaboração. Esses são os principais pontos que compõem a
estratégia canadense para IA, além do desenvolvimento de centros
de pesquisa de ponta", afirmou. Políticas chilenas para conectar
empresas, universidades e governo foram abordadas por José Antonio
Guridi (Ministério da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação
do Chile), enquanto Diego Fernández Montero (Chief Data Officer do
Governo da Costa Rica) enfatizou a importância de se criar uma
cultura de tomada de decisões e formulação de políticas públicas
baseadas em dados.</p>
<p>Para entender as estratégias, <em>frameworks</em> e princípios
já desenvolvidos no nível regional e internacional em relação à
inteligência artificial centrada em valores, entre outras
questões, um dos paineis do Fórum tratou especificamente da
cooperação internacional. Representantes da OCDE, da ITU, CEPAL,
IEEE e painel de Alto-Nível da ONU sobre Cooperação Digital
apresentaram iniciativas e <em>guidelines</em> formulados por
esses organismos internacionais. Valeria Jordan (CEPAL) destacou a
necessidade de considerar os avanços de países mais desenvolvidos
nessa tecnologia, levando em conta também as particularidades de
cada países. "Os cidadãos são uma parte importante nessa equação.
É fundamental garantir que eles tenham um nível mínimo de
conhecimento sobre a inteligência artificial para que possam se
envolver com as discussões e pleitear direitos", defendeu Sacha
Alanoca (AI Civic Forum).</p>
<p>Para Nicolas Miailhe (The Future Society), as recomendações da
OCDE, UNESCO e IEEE devem ser celebradas. "Elas convergem em cinco
princípios: transparência, justiça e equidade, não-maleficência,
responsabilidade, privacidade. Porém essas recomendações possuem
seus limites. Falta clareza em terminologias, falta diversidade
geográfica e engajamento civil", alertou. Nicolas chamou atenção
ainda para os desafios éticos de IA, que envolvem não só
privacidade, mas também discriminação, assimetria de informação,
automação do trabalho e limitação da liberdade de expressão e
escolha.</p>
<p>A automação do trabalho também foi tratada por Cristina Gómez
(Centro de Excelência em IA de Medellin, Colombia), que discorreu
sobre a incorpoção de robôs trabalhadores aos processos
empresariais e a interação entre robôs e humanos. "Quando
desenvolvermos sistemas de inteligência artificial que tenham
capacidade de gerar mais empatia com outros, conseguiremos gerar
melhor coordenação e cooperação entre máquinas e humanos", opinou.</p>
<p><strong>IA e transparência</strong></p>
<p>Os impactos de tecnologias como IA, IoT e <em>big data</em> na
liberdade de expressão, acesso à informação e conhecimento também
foram discutidos durante o Fórum. Isabela Ferrari (Justiça
Federal) chamou atenção para os algoritmos não programados, que
usam <em>machine learning</em> e buscam descobrir os resultados
esperados por meio de uma série de correlações. "Isso gera para o
ser humano uma enorme dificuldade de articular a lógica tomada por
esse tipo de <em>software</em>. O algoritmo que emprega <em>machine
learning</em> vai trazer a regra de aprendizagem do algoritmo,
não adianta abrir o código. Esse é um grande desafio, a <em>accountability</em>
precisa acompanhar os sistemas desde o momento que eles nascem",
afirmou.</p>
<p>De forma complementar, Sara Rendtorff-Smith (MIT) trouxe exemplos
de problemas decorrentes do uso de IA, principalmente no que trata
de discriminação, como no caso de um sistema usado para detectar
fraudes no seguro desemprego no estado do Michigan (EUA), em que
85% dos casos identificados como fraudulentos estavam equivocados.
"Os humanos possuem preconceitos. A inteligência artificial tinha
e tem a promessa de corrigir essa questão, mas isso não está
acontecendo. A preocupação que temos é que a IA não passe a
exarcebá-los", alertou.</p>
<p>José Luiz Ribeiro (RNP e CGI.br) enfatizou a importância de
combater esses problemas. "Talvez tenhamos que desenvolver, em
analogia com anticorpos, os antialgoritmos, que vão acompanhar,
fiscalizar e atacar os desvios da inteligência artificial no
momento em que nossa capacidade ainda é muito lenta. É necessário
discutir, criar formas de disciplinar as decisões e sinais
indevidos dos modelos de IA que estamos criando".</p>
<p>Durante o evento, Demi Getschko (NIC.br e CGI.br) destacou que a
discussão sobre regulação de AI deve ser principiológica. Ainda na
avaliação de Getschko, decisões devem ser mantidas nas mãos dos
humanos. "Na hora que você repassa a decisão ao sistema, você
mudou o patamar. O sistema jurídico automatizado, por exemplo,
ajuda no acesso aos dados, porém no momento em que uma decisão
judicial passa a ser do sistema, estamos pulando para algo
perigoso. O sistema pode auxiliar desde que a decisão e
responsabilização seja humana", enfatizou.</p>
<p>Como educar crianças para entender IA e serem os futuros
desenvolvedores dessa tecnologia? Jasmina Byrne (UNICEF) defendeu
que as crianças sejam consultadas e incluídas no processo de
discussão de políticas de IA. A especialista também chamou atenção
para o mito de que todas as crianças são nativos digitais. "É
fundamental investir em alfabetização digital, preparar as
crianças para que entendam o que é feito com coleta de dados.
Crianças, pais e responsáveis não estão cientes de como esses
dados são usados para traçar seus perfis de consumo e promover
propagandas direcionadas. Políticas de IA devem levar essa questão
em conta", abordou.</p>
<p>Sistemas educativos baseados em IA, o aprendizado e competências
necessárias, bem como o futuro da pesquisa científica e da gestão
ambiental foram alguns dos temas discutidos em profundidade
durante o <strong><a
href="https://unesco-regional-forum-ai.cetic.br/pt/"
target="_blank">Fórum Regional de IA na América Latina e
Caribe</a></strong><span>, que abordou ainda</span> o
potencial da IA em relação aos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS). O evento foi transmitido ao vivo pela Internet
e está disponível na íntegra no canal do NIC.br no YouTube,
assista: <strong><a
href="https://www.youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyOa8vVdk3MpnVk8AJDyhD7Ia"
target="_blank">https://www.youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyOa8vVdk3MpnVk8AJDyhD7Ia</a></strong>.</p>
<p><strong>Sobre o Cetic.br<br>
</strong>O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da
Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de
indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e o uso da
Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas
sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro
Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações
em <span><a href="http://www.cetic.br/"><strong>http://www.cetic.br/</strong></a></span><strong>.</strong></p>
<p><strong>Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR –
NIC.br<br>
</strong>O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(<a href="http://www.nic.br/"><strong>http://www.nic.br/</strong></a>)
é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que
além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (<a
href="http://www.registro.br/"><strong>http://www.registro.br/</strong></a>),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil —
CERT.br (<a href="http://www.cert.br/"><strong>http://www.cert.br/</strong></a>),
estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (<a
href="http://www.ceptro.br/"><strong>http://www.ceptro.br/</strong></a>),
produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da
comunicação — Cetic.br (<a href="http://www.cetic.br/"><strong>http://www.cetic.br/</strong></a>),
implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (<a
href="http://ix.br/"><strong>http://ix.br/</strong></a>),
viabilizar a participação da comunidade brasileira no
desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de
políticas públicas — Ceweb.br (<a href="http://www.ceweb.br/"><strong>http://www.ceweb.br</strong></a>),
e abrigar o escritório do W3C no Brasil (<a
href="http://www.w3c.br/"><strong>http://www.w3c.br/</strong></a>).<strong> </strong></p>
<p><strong>Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br</strong><br>
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de
serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a
inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos
princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br
representa um modelo de governança da Internet democrático,
elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade
são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas
formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da
Internet (<a href="http://www.cgi.br/principios"><strong>http://www.cgi.br/principios</strong></a>).
Mais informações em <a href="http://www.cgi.br/"><strong>http://www.cgi.br/</strong></a>.</p>
<p><strong>Flickr: </strong><strong><a
href="http://www.flickr.com/NICbr/">http://www.flickr.com/NICbr/</a><br>
Twitter: </strong><strong><a
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YouTube: </strong><strong><a
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</strong></span><strong>Instagram: </strong><a
href="https://www.instagram.com/nicbr"><strong>https://www.instagram.com/nicbr</strong></a></p>
<p>Os releases e comunicados do NIC.br e CGI.br são enviados aos
inscritos na lista <strong><strong><strong><a
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