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<p>São Paulo, 17 de junho de 2021</p>
<p><br>
<b>TIC Cultura 2020 identifica falta de preparo de instituições do
setor na migração das atividades para o ambiente digital</b><br>
<em>Pesquisa do CGI.br indica crescimento da presença e das
atividades de museus nas redes sociais<br>
<br>
</em>Diante das medidas de distanciamento social impostas pela
pandemia COVID-19, o setor cultural, a exemplo de outros
segmentos, viu-se obrigado a migrar suas atividades para o
ambiente digital. Mas grande parte das instituições brasileiras
que atuam na área não estava preparada para essa mudança. É o que
revela a <a
href="https://cetic.br/pt/pesquisa/cultura/indicadores/"
target="_blank"><strong>3ª edição da TIC Cultura</strong></a>,
pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
conduzida, entre fevereiro e agosto de 2020, pelo Centro Regional
de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
(Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
(NIC.br).</p>
<p>O levantamento, que entrevistou 2.193 responsáveis por arquivos,
bens tombados, bibliotecas, cinemas, museus, pontos de cultura e
teatros, constatou que esses equipamentos costumavam usar a
Internet mais para atrair o público presencial do que para ofertar
bens e serviços remotos.</p>
<p>Segundo o estudo, os recursos disponíveis nos <em>websites</em>
dos equipamentos se voltavam basicamente à publicação de
informações institucionais (como endereço, contato e horário de
funcionamento), programação e notícias sobre os espaços culturais.
Já atividades na Internet – como visitas virtuais ou transmissão
de vídeos ao vivo/ <em>streaming</em> – eram recursos menos
ofertados por todos os tipos de equipamentos culturais, embora
tenha havido um aumento deste último no período analisado,
sobretudo, entre arquivos (23%), teatros (18%) e museus (9%). Nas
redes sociais, anúncios sobre programação e postagens de fotos das
atividades realizadas foram bastante difundidos entre todos os
tipos de equipamentos culturais investigados, sendo um pouco menos
comum o compartilhamento de registros em vídeos ou áudios.</p>
<p>Na oferta de serviços remotos, a realização de oficinas ou
atividades de formação a distância foi também incipiente, tendo
alcançado em 2020 pouco mais de um quinto dos arquivos (23%) e dos
pontos de cultura (21%), com ainda menores proporções entre os
demais tipos de equipamentos culturais. Já a venda de produtos ou
serviços pela Internet teve destaque apenas entre cinemas (58%)
mas, mesmo entre estes, a venda ou reserva de ingressos <em>on-line
</em>não chegou a um terço das instituições (31%). </p>
<p>“A adaptação emergencial dos equipamentos culturais para a oferta
de bens e serviços pela Internet foi uma dificuldade encontrada
por muitas instituições culturais no país em um período marcado
pelo distanciamento social”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do
Cetic.br. </p>
<p>Ainda que os indicadores não tenham sido construídos com o
objetivo de avaliar os impactos da pandemia, os resultados da
pesquisa permitem identificar em que medida se davam o acesso, os
usos e a apropriação das TIC nos equipamentos culturais
brasileiros no período. “A pesquisa foi planejada no início de
2020, e a coleta dos dados começou em fevereiro, portanto, antes
de a crise sanitária ser deflagrada no país. Embora não tivesse
como meta capturar os efeitos da pandemia, o estudo apresenta
resultados muito relevantes nesse contexto, ao diagnosticar o
preparo que essas instituições tinham para se adaptar a esse novo
cenário”, complementa Barbosa. </p>
<p><strong>Formação para o uso de tecnologias<br>
</strong>A terceira edição da TIC Cultura trouxe indicadores
inéditos relacionados à formação dos gestores culturais. A
pesquisa mostrou que a maioria dos responsáveis pelas instituições
ouvidas possuía pós-graduação ou Ensino Superior completo. Apesar
do alto grau de escolaridade, grande parte não tinha formação
específica em gestão cultural e relacionada ao uso de tecnologias
na área.</p>
<p>Aproximadamente metade dos gestores dos pontos de cultura (55%),
teatros (50%) e museus (47%) relatou ter formação específica em
gestão cultural. A porcentagem caiu sensivelmente quando o foco
foi direcionado para a formação sobre o uso de tecnologia no
setor: menos de um terço dos responsáveis pelos diversos tipos de
equipamentos culturais disseram ter esse tipo de capacitação, com
proporção um pouco maior apenas entre pontos de cultura (41%).</p>
<p>Da mesma forma, a capacitação das equipes para desenvolver ou
melhorar as habilidades no uso de computador e Internet também era
baixa: a oferta de treinamento interno atingia pouco mais de um
terço dos arquivos (35%) e cinemas (37%), e o pagamento de cursos
externos cerca de um quinto deles (22% e 19%, respectivamente),
sendo ainda menos comum entre os demais tipos de equipamentos
culturais.</p>
<p>Entre as dificuldades mais mencionadas pelos gestores das
instituições para o uso das TIC estavam a falta de recursos
financeiros para investimento em tecnologia e a pouca capacitação
da equipe no uso de computador e Internet. Essas são barreiras a
serem consideradas para a oferta de bens e serviços e o
desenvolvimento de atividades no ambiente digital, demandas
amplificadas em decorrência da pandemia COVID-19.<strong> </strong></p>
<p><strong>Infraestrutura tecnológica e conectividade<br>
</strong>O estudo revelou ainda fragilidades ligadas ao acesso às
TIC nas instituições culturais, evidenciando a necessidade de
investimentos em infraestrutura tecnológica e conectividade. A
proporção dos que não utilizaram computador e Internet nos 12
meses anteriores à pesquisa era maior entre bens tombados,
bibliotecas e museus. Em 2020, cerca de um quarto das bibliotecas
(25%) e museus (23%) e dois quintos dos bens tombados (40%) não
faziam uso da rede.</p>
<p>A falta de infraestrutura de acesso na região foi mencionada por
15% dos responsáveis pelas bibliotecas e 11% dos responsáveis
pelos bens tombados e pelos museus como motivos para explicar o
problema. Já o alto custo da conexão, por 14% dos gestores de bens
tombados, 10% de museus e 9% de bibliotecas.</p>
<p>A disponibilização de computadores e Internet para uso do público
se destacava entre arquivos, bibliotecas e pontos de cultura:
cerca de metade dessas instituições possuía infraestrutura que
possibilitava o acesso às tecnologias digitais por parte da
população. Embora a presença do público tenha ficado comprometida,
diante do fechamento das instituições em um cenário de pandemia,
essa é uma dimensão reveladora do papel dos equipamentos culturais
na inclusão digital de parcela da população, que se torna ainda
mais relevante com a intensificação do uso das TIC em diferentes
dimensões da vida – não apenas cultural, mas escolar e
profissional, de acesso à informação e a serviços públicos.<strong> </strong></p>
<p><strong>Museus <em>on-line<br>
</em></strong>Em linha com estudos internacionais, a pesquisa
observou uma mudança relevante na utilização da Internet por
museus: a ampliação da presença desses equipamentos nas redes
sociais. Ela chegou a 56% das instituições (frente a 48% em 2018),
o que se refletiu em maiores proporções apresentadas em todas as
atividades de relacionamento com o público nessas plataformas,
como a divulgação de acervos, projetos ou serviços (49%).</p>
<p>A criação e a difusão de acervos digitais, no entanto, continuam
sendo desafios para as instituições culturais brasileiras. Ainda
que a digitalização de parte dos materiais tenha sido realizada
por boa parte dos museus (68%), isso não correspondeu,
necessariamente, à disponibilização do acervo em formato digital
para o público (38%), sendo ainda menos comum sua disponibilização
na Internet (25%). O acesso do público a esses materiais se dava
majoritariamente na própria instituição (30%), e não remotamente
por meios digitais, como em plataformas ou redes sociais (15%),
site da instituição (13%) ou, ainda, repositórios de acervos
digitais (12%). </p>
<p>A 3ª edição da TIC Cultura foi divulgada nesta quinta-feira (17),
durante o <em>Webinar</em> “Pandemia e Digitalização da Cultura:
Instituições e Públicos na Internet”, promovido pelo
Cetic.br|NIC.br, que contou ainda com o <a
href="https://cetic.br/pt/publicacao/pesquisa-sobre-o-uso-das-tecnologias-de-informacao-e-comunicacao-nos-equipamentos-culturais-brasileiros-tic-cultura-2020/"
target="_blank"><strong>lançamento do livro da pesquisa</strong></a>.</p>
<p>O levantamento teve por objetivo mapear a infraestrutura, o uso e
a apropriação das TIC em equipamentos culturais brasileiros. A
coleta dos dados foi realizada entre fevereiro e agosto de 2020
por meio de entrevistas telefônicas assistidas pelo computador.</p>
<p>Para acessar a lista de indicadores na íntegra, visite: <strong><a
href="https://cetic.br/pt/pesquisa/cultura/indicadores/"
target="_blank">https://cetic.br/pt/pesquisa/cultura/indicadores/</a></strong>,
ou leia a publicação em: <strong><a
href="https://cetic.br/pt/pesquisa/cultura/publicacoes/"
target="_blank">https://cetic.br/pt/pesquisa/cultura/publicacoes/</a></strong>.
Já para rever o evento de lançamento, acesse: <span><a
href="https://www.youtube.com/watch?v=h2b6NSsIKk8"
target="_blank"><strong>https://youtube.com/watch?v=h2b6NSsIKk8</strong></a></span>. </p>
<p><strong>Sobre o Cetic.br<br>
</strong>O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da
Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de
indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e o uso da
Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas
sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro
Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações
em <strong><a href="https://cetic.br/">https://cetic.br/</a></strong>.<strong> </strong></p>
<p><strong>Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR –
NIC.br<br>
</strong>O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(<strong><a href="https://nic.br/">https://nic.br/</a></strong>) é
uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que
além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (<strong><a
href="https://registro.br/">https://registro.br/</a></strong>),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil —
CERT.br (<strong><a href="https://cert.br/">https://cert.br/</a></strong>),
estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (<strong><a
href="https://ceptro.br/">https://ceptro.br/</a></strong>),
produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da
comunicação — Cetic.br (<strong><a href="https://cetic.br/">https://cetic.br/</a></strong>),
implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (<strong><a
href="https://ix.br/">https://ix.br/</a></strong>), viabilizar
a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global
da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (<strong><a
href="https://ceweb.br">https://ceweb.br</a></strong>), e
abrigar o W3C Chapter São Paulo (<strong><a href="https://w3c.br/">https://w3c.br/</a></strong>). </p>
<p><strong>Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br<br>
</strong>O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por
estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e
desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as
iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade
técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com
base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o
CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático,
elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade
são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas
formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da
Internet (<strong><a href="https://cgi.br/principios">https://cgi.br/principios</a></strong>).
Mais informações em <strong><a href="https://cgi.br/">https://cgi.br/</a></strong>.<br>
</p>
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<p><br>
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