[Anúncios NIC.br] Especialistas aprofundam debate sobre diversidade e gênero na tecnologia no 12º Fórum da Internet no Brasil
imprensa em nic.br
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Quarta Junho 1 19:10:21 -03 2022
Natal, 1º de junho de 2022
*Especialistas aprofundam debate sobre diversidade e gênero na
tecnologia no 12º Fórum da Internet no Brasil*
/Programação do evento segue até esta sexta-feira (3) com workshops e
sessões plenárias que analisam temas diversos do universo da governança
da Internet
/
Em sua *12ª edição, o Fórum da Internet no Brasil (FIB)
<https://forumdainternet.cgi.br/>*, evento promovido pelo Comitê Gestor
da Internet no Brasil (CGI.br), reuniu na manhã desta quarta-feira (1º)
na cidade de Natal (RN) especialistas de renome em torno do debate sobre
“Diversidade e Gênero nas TIC: uma agenda para inclusão e
representatividade”. O dia foi marcado ainda pela sessão de abertura,
que contou com a participação de conselheiros do CGI.br e autoridades do
Rio Grande do Norte.
“Sediar na nossa capital um encontro dessa envergadura é motivo de
júbilo para todos nós”, declarou o vice-governador do estado, Antenor
Roberto, acrescentando que os temas tratados no Fórum são atuais,
instigantes e dialogam com a nova geração. Ele enfatizou que, assim como
todos os insumos e instrumentos que a humanidade teve acesso, a
tecnologia pode tanto servir para edificar quanto para desconstruir.
“Mas nós estamos aqui na perspectiva progressista que é construir, a
partir dessas discussões, uma tecnologia que possa trazer mais
integração e menos exclusão, mais sabedoria e menos barbárie para a
humanidade”.
Já o Conselheiro representante do Setor Governamental e ministro das
Telecomunicações em exercício, Maximiliano Martinhão, destacou que o
Nordeste tem muito a contribuir para os debates da Internet, e que é a
região onde o acesso à rede mais cresce no país. Deu exemplos de
iniciativas do governo federal para a ampliação do acesso. Por fim,
ressaltou que o Fórum, além de temas relevantes, possui debates
necessários e importantes, e tem uma preocupação grande com o futuro.
José Gontijo, Coordenador do CGI.br, elogiou o modelo de governança
multissetorial brasileiro, afirmando que ele é referência e um dos mais
respeitados do mundo. “Entendemos que é preciso pensar no modelo e no
futuro da Internet no Brasil, mas não podemos esquecer que temos no
decálogo, onde pregamos uma Internet livre, soberana, onde cada
brasileiro tem que ser incluído para ter a sua cidadania digital. E isso
só pode acontecer quando todos os setores estão juntos”.
Conduzida por Tanara Lauschner, Coordenadora do Grupo de Trabalho do
FIB12 e Conselheira representante da Comunidade Científica e Tecnológica
no CGI.br, a sessão de abertura contou ainda com a participação de
Nivaldo Cleto (Conselheiro representante do Setor Empresarial); Percival
Henriques (Conselheiro representante do Terceiro Setor); Gustavo Paiva
(Coordenador Local do FIB12); Carolina Barbosa, secretária Adjunta de
Tecnologia da Informação da Secretaria Municipal de Planejamento
(SEMPLA) e Edivaldo Cavalcante de Albuquerque Junior, representante da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
*Diversidade e gênero nas TIC
*Mediadora da sessão principal sobre diversidade e gênero nas TIC, Laura
Tresca (conselheira do CGI.br), destacou que homens e mulheres não se
beneficiam da sociedade do conhecimento de maneira igualitária, e que é
necessário conhecer as desigualdades para promover avanços. Ela
ressaltou ainda que recentemente o CGI.br assumiu uma agenda de trabalho
sobre diversidade.
“Resolvemos, como Comitê Gestor da Internet, responsável por formular
diretrizes para o desenvolvimento da Internet no Brasil, fazer consultas
a especialistas sobre quais eram os desafios para a promoção da
igualdade de gênero na Internet, e como apresentar uma agenda de atuação
não só para o CGI.br, mas para toda a sociedade", afirmou. Os desafios
listados são: aprofundar a produção de dados; inclusão digital não
restrita simplesmente ao acesso, mas que contemple a produção de
tecnologias; enfrentamento da violência de gênero e de raça;
participação na governança da Internet e fomento à diversidade.
De forma complementar, Biamichelle Miranda (consultora em diversidade e
inclusão e pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul) enfatizou a importância de abordar a questão da
diversidade de gênero de forma ampla, incluindo também travestis e
mulheres transsexuais. Para ela, o primeiro desafio é olhar os
diferentes grupos de diversidade e entender que, dentro de cada um, há
outros grupos, com suas especificidades. Além disso a inclusão de
pessoas negras na tecnologia, a pesquisadora da PUC-RS disse que os
desafios enfrentados são os mesmos da comunidade negra como um todo:
combater o racismo em todas as suas formas, institucional, cultural e
estrutural. "Estamos caminhando, mas ainda muito distantes de onde
queremos chegar".
*Neutralidade em xeque
*Na avaliação de Clara Marinho, consultora das Nações Unidas para a
Década Afrodescendente, a tecnologia não é neutra e está inserida num
contexto social específico. "Ainda que o Brasil tenha uma população
negra em maioria, a tecnologia expressa uma visão de que há pessoas que
têm recursos materiais e simbólicos maiores do que outras. Há uma escala
de humanidades, e ela se reverbera na tecnologia”.
Renata Gusmão (líder de transformação social da ThoughtWorks) apontou
que um grupo muito homogêneo pensa e constrói soluções na área, ao mesmo
tempo, impactando uma diversidade de pessoas. “Como trazemos essa
diversidade para dentro do processo de pensar a tecnologia? E como ela
pode resolver de verdade problemas das pessoas, e não apenas para um
grupo tão pequeno?", indagou, completando que essa questão fica ainda
mais explícita num contexto de desigualdades. “Ao mesmo tempo em que a
área está versando sobre metaverso, muita gente não tem acesso nem a Wi-Fi”.
Para ela, é preciso criar novas referências, de forma que as
diversidades possam ser melhor acolhidas e para que o ambiente se torne
menos hostil. "Quando olhamos para as referências de quem está tomando
as decisões, muitas vezes, encontramos homens brancos, héteros, cis, sem
deficiência. Isso faz com que nas nossas subjetividades fique essa ideia
de que, para estar lá, tem que seguir esse modelo. É necessário
construir novas referências, trazer vozes que foram invisibilizadas ao
longo do tempo. Para que consigamos evoluir na direção certa, é preciso
trazer essa diversidade para dentro da produção de tecnologia”.
Já Marjory da Costa Abreu (professora de ética na Inteligência
Artificial na Sheffield Hallam University) falou sobre o uso do
aprendizado de máquina para a mitigação das desigualdades de forma
geral. De acordo com ela, a tecnologia pode ser uma aliada no combate à
discriminação de raça, gênero e orientação sexual. Daiane Araújo dos
Santos (coordenadora da rede comunitária da Casa dos Meninos), por sua
vez, afirmou que as tecnologias digitais ainda são pouco utilizadas como
ferramenta para a diminuição das desigualdades. "Precisamos fazer esse
movimento com mais força e efetividade".
Cristiano Maciel, que representou o projeto Meninas Digitais Mato
Grosso, defendeu que a tecnologia pode contribuir para a diversidade na
TI - numa perspectiva que vai além do gênero, e abarca raça e etnia,
perfil escolar, faixa etária e grupo social. Persistência, pluralidade,
praticidade, parceria, fortalecimento, pioneirismo e produtividade são
fatores-chave para que isso aconteça. "Falando um pouco sobre nossas
iniciativas, percebo que cada vez mais é necessário ser interdisciplinar
e intersetorial. Precisamos sair dos quadrados e começar a conectar as
partes para fazer discussões mais produtivas", afirmou.
Para ele, mais do que questionar se houve avanços ou retrocessos na
questão da representatividade, é necessário seguir lutando em rede, ter
também homens nessa luta, ter mais mulheres nos postos de liderança e
promover o valor da diversidade. Entre os desafios apresentados por
Maciel estão: educação que de fato liberte, atuar na construção de
políticas públicas, atuar com o mercado de trabalho, buscar mais apoios
institucionais e financiamentos, usar a tecnologia para promoção da
pauta e criar oportunidades de debates.
*Programação do FIB12
*A regulação de plataformas e compensações à atividade jornalística; e
os 30 anos da ECO-92 e o futuro da Internet no Brasil são temas das
sessões principais que acontecem nesta quinta (2) e sexta-feira (3),
respectivamente. O Fórum, cujas inscrições são gratuitas e estão
disponíveis no *sítio do evento* <https://forumdainternet.cgi.br/>,
também conta com transmissão ao vivo pelo *canal do NIC.br no YouTube*
<https://www.youtube.com/user/NICbrvideos>. A programação do evento é
composta ainda por *workshops sugeridos pela comunidade brasileira em
governança da Internet
<https://www.cgi.br/noticia/releases/natal-rn-sediara-o-12-forum-da-internet-no-brasil-conheca-os-i-workshops-i-que-farao-parte-da-programacao-do-evento/>*,
reunindo no mesmo espaço representantes de diversos setores, como
governamental, empresarial, terceiro setor e comunidade científica e
tecnológica. Entre os temas que serão analisados, estão: dados,
informações e conteúdos digitais; diversidade e inclusão;
infraestrutura, acesso e conectividade; Internet, sociedade e cidadania;
privacidade e segurança e questões jurídicas, regulatórias e
extraterritoriais, entre outros. Veja a programação em:
*https://forumdainternet.cgi.br/programacao/agenda/2/*
<https://forumdainternet.cgi.br/programacao/agenda/2/>.
*Anote na Agenda
**12º Fórum da Internet no Brasil – FIB12*
*Dias:* de terça-feira (31/05) à sexta-feira (3/06)
*Local:* Hotel Holiday Inn - Avenida Senador Salgado Filho, 1906, Lagoa
Nova - Natal
*Horários:* quinta (das 10h às 18h40) e sexta (das 10h às 18h40)
*Transmissão:* *https://www.youtube.com/NICbrvideos*
<https://www.youtube.com/NICbrvideos>*Inscrições:*
*https://forumdainternet.cgi.br/*
<https://forumdainternet.cgi.br/>
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
*O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(*https://nic.br/* <https://nic.br/>) é uma entidade civil de direito
privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem
como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos
no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados
provem de suas atividades que são de natureza eminentemente privada.
Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da
Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br
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Ceweb.br (*https://ceweb.br* <https://ceweb.br/>), além de projetos como
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escritório do W3C Chapter São Paulo (*https://w3c.br/* <https://w3c.br/>).
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
*O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003*
<https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003>). Mais informações em
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