[Anúncios NIC.br] 12º Fórum da Internet no Brasil coloca em debate a regulação de plataformas digitais e a remuneração da atividade jornalística
imprensa em nic.br
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Quinta Junho 2 16:40:04 -03 2022
Natal (RN), 2 de junho de 2022
*12º Fórum da Internet no Brasil coloca em debate a regulação de
plataformas digitais e a remuneração da atividade jornalística*/
Com foco na governança da rede, evento segue até esta sexta-feira (3) e
pode ser acompanhado ao vivo pelo canal do NIC.br no YouTube
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O *12º Fórum da Internet no Brasil (FIB12)
<https://forumdainternet.cgi.br/>*, realizado na cidade de Natal (RN)
pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), colocou em pauta na
manhã desta quinta-feira (2) o tema “Regulação das plataformas e
compensações à atividade jornalística”. Durante a sessão, mediada por
Rafael Evangelista (Conselheiro da comunidade científica e tecnológica
do CGI.br), foi levantada a discussão sobre como os produtores culturais
e os veículos de imprensa têm sido afetados pelo crescente avanço da
economia digital baseada em plataformas de distribuição de conteúdo.
Orlando Silva (Deputado Federal PCdoB/SP) afirmou que o debate proposto
é muito importante para o combate à desinformação, que ele considera uma
tarefa civilizatória e essencial para a sustentação da democracia. Ele
destacou que as ferramentas digitais oferecem à sociedade um instrumento
de grande potência para a ampliação de canais de participação social,
para que se possa ter sistemas políticos e instituições com mais
legitimidade social. “Quando refletimos sobre algum mecanismo de
regulação na Internet precisamos ter como perspectiva garantir a
liberdade. Esse é um ponto crucial no debate que fazemos”, acrescentando
que essa regulação deve ter como um dos pressupostos a transparência.
Na visão de Orlando Silva, são necessárias regras de transparência,
publicação de informações de como as atividades dessas plataformas
digitais se desenvolvem. O deputado defendeu ainda a remuneração de
conteúdo indexado. "A produção de informações com método, técnica,
pluralismo e com contraditório, seja por empresas de mídia tradicionais
ou digitais, merece valorização".
Marcelo Lacerda, do Google, apresentou iniciativas da empresa que buscam
apoiar e valorizar os veículos jornalísticos, pontuando, entre outras
questões, que 2 bilhões de cliques são gerados por mês pelo Google para
sites jornalísticos no Brasil. "O jornalismo de qualidade, profissional,
ajuda a criar um mundo mais bem informado, e isso se conecta diretamente
com a nossa missão de organizar a informação e torná-la disponível para
todos", afirmou.
Fazendo um contraponto, Marcelo Bechara (Globo) trouxe a diferença entre
apoio e remuneração de conteúdo jornalístico. "Estamos falando sobre
pagar algo que está sendo usado", afirmou. Ele ressaltou que, quando um
usuário acessa as redes sociais e as ferramentas de busca, as primeiras
informações que aparecem são notícias. “Os /trending topics/ são
baseados em notícias. O que mudou? Cada vez mais as plataformas criam
ambientes autocontidos”, explicando que mais da metade dos que fazem
buscas ficam na primeira página, e que atualmente as respostas já estão
na ferramenta, fazendo com que o usuário não entre nos /sites/.
“Com notícia não é diferente. Aparece a manchete, o /lead/ e a imagem. A
Universidade de Sydney identificou que a maioria das pessoas obtém
conhecimento da informação apenas por aquelas imagens. Elas não entram
na notícia, não clicam no /site/. Consequentemente, não vão ver a
publicidade no /site/ do veículo jornalístico. Então, é uma apropriação
do conteúdo”.
Em nome de uma coalizão com mais de 40 entidades de comunicação do país,
Bechara defendeu que seja adotado um modelo semelhante ao australiano,
com uma regulação de Estado que estabeleça bases para a remuneração do
conteúdo jornalístico. “O que estamos observando é que há uma
apropriação de conteúdo de relevância estratégica. O jornalismo é pilar
da democracia”.
Em relação à questão da remuneração do jornalismo por plataformas,
Marina Pita (Intervozes) afirmou que não será resolvida por soluções
simplistas nem discussões rápidas e não aprofundadas, e que é preciso a
participação de todos os agentes interessados no debate. Pita enfatizou
que se “não aproveitarmos esse momento para discutir não só a
sustentabilidade da mídia que existe, mas a sustentabilidade da mídia
que queremos que exista, a comunitária e a pública, não estaremos
fazendo nosso trabalho adequadamente, especialmente enquanto sociedade
civil”.
Outro risco relacionado ao modelo de regulação que está sendo pensado,
de acordo com a representante do Intervozes, é a concentração de
mercado. "Mesmo em países que aprovaram leis, as negociações acontecem
de forma privada e os acordos são sigilosos", alertou. Ela também
apontou como risco o aumento do poder de algumas plataformas para
determinar quem vai receber os recursos, sem critérios. "Há produtores
de conteúdo que fazem um trabalho questionável da perspectiva ética",
opinou a especialista. Na avaliação de Pita, é fundamental que o modelo
de remuneração contemple a transparência, um código de ética para os
jornalistas e as empresas, e também critérios para remuneração.
Para Niousha Roshani (United Capital Group) um dos maiores problemas é
que as plataformas internacionais operam globalmente, mas têm de
respeitar leis dos Estados Unidos, o que cria muita complexidade. Outra
questão, segundo ela, é “ao tentar usar um único modelo de moderação de
conteúdo para o mundo inteiro, as políticas adotadas não são
contextualizadas”.
Ela destacou ainda que as plataformas norte-americanas têm ganhado
bilhões de dólares, um dinheiro que normalmente iria para as companhias
de mídia, o que provoca um desequilíbrio de poder entre o setor de
tecnologia e o de jornalismo. Niousha Roshani falou também sobre a
necessidade de transparência para veículos jornalísticos que recebem
remuneração, a importância de investimento na mídia independente para
que muitas histórias importantes não deixem de ser contadas e destacou
que a luta mais importante é contra a desinformação. Sobre esse problema
especificamente, criticou a falta de táticas inovadoras e variadas.
*Regulação de plataformas
*Marcos Dantas (CGI.br) ressaltou que nas últimas duas décadas
principalmente, montaram-se poderosas empresas chamadas de /big techs/,
que passaram a organizar e a comandar a interação na Internet com
finalidades comerciais e lucrativas. Ele argumentou que, por enquanto,
são as plataformas que estão regulando as nossas vidas a partir dos seus
algoritmos, e vigiam cada um de nossos passos. “Chega a ser curiosa essa
gritaria contra o vigilantismo, quando o maior poder vigilante na nossa
sociedade hoje em dia é exercido pelas plataformas”, disse, completando
que a lei deve ir para cima delas, e não do cidadão.
Marcos Dantas chamou atenção de que é mais do que sabido que plataformas
censuram conteúdos em compromisso com seus anunciantes, e que ao
fazê-lo, deixam de ser um provedor de acesso, e se tornam uma editora.
"Todos os setores da economia são regulados, e por que esse setor não é?
Há uma tremenda centralização de poder econômico, político, geopolítico.
Defendo que precisamos de regulação. Um grupo tão poderoso, e com essa
influência na vida das pessoas, tem de ser tratado como setor de
interesse público e submetido a regras públicas".
*Programação do FIB12
*O tema da próxima sessão principal, que acontece nesta sexta-feira,
será os 30 anos da ECO-92 e o futuro da Internet no Brasil. O Fórum,
cujas inscrições são gratuitas e estão disponíveis no *sítio do evento
<https://forumdainternet.cgi.br/>*, também conta com transmissão ao vivo
pelo *canal do NIC.br no YouTube
<https://www.youtube.com/user/NICbrvideos>*. A programação do evento é
composta ainda por */workshops/ sugeridos pela comunidade brasileira em
governança da Internet
<https://www.cgi.br/noticia/releases/natal-rn-sediara-o-12-forum-da-internet-no-brasil-conheca-os-i-workshops-i-que-farao-parte-da-programacao-do-evento/>*,
reunindo no mesmo espaço representantes de diversos setores, como
governamental, empresarial, terceiro setor e comunidade científica e
tecnológica. Entre os temas que serão analisados, estão: dados,
informações e conteúdos digitais; diversidade e inclusão;
infraestrutura, acesso e conectividade; Internet, sociedade e cidadania;
privacidade e segurança e questões jurídicas, regulatórias e
extraterritoriais, entre outros. Veja a programação em:
*https://forumdainternet.cgi.br/programacao/agenda/2/*
<https://forumdainternet.cgi.br/programacao/agenda/2/>.
*Anote na Agenda
**12º Fórum da Internet no Brasil – FIB12*
*Dias:* de terça-feira (31/05) à sexta-feira (3/06)
*Local:* Hotel Holiday Inn - Avenida Senador Salgado Filho, 1906, Lagoa
Nova - Natal
*Horários:* quinta (das 10h às 18h40) e sexta (das 10h às 18h40)
*Transmissão:* *https://www.youtube.com/NICbrvideos*
<https://www.youtube.com/NICbrvideos>*Inscrições:*
*https://forumdainternet.cgi.br/*
*
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
*O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(*https://nic.br/* <https://nic.br/>) é uma entidade civil de direito
privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem
como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos
no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados
provem de suas atividades que são de natureza eminentemente privada.
Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da
Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br
(*https://registro.br* <https://registro.br/>), CERT.br
(*https://cert.br/* <https://cert.br/>), Ceptro.br (*https://ceptro.br/*
<https://ceptro.br/>), Cetic.br (*https://cetic.br/*
<https://cetic.br/>), IX.br (*https://ix.br/* <https://ix.br/>) e
Ceweb.br (*https://ceweb.br* <https://ceweb.br/>), além de projetos como
Internetsegura.br (*https://internetsegura.br*
<https://internetsegura.br/>) e Portal de Boas Práticas para Internet no
Brasil (*https://bcp.nic.br/* <https://bcp.nic.br/>). Abriga ainda o
escritório do W3C Chapter São Paulo (*https://w3c.br/* <https://w3c.br/>).
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
*O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003*
<https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003>). Mais informações em
*https://cgi.br/* <https://cgi.br/>.
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