[Anúncios NIC.br] 12º Fórum da Internet no Brasil celebra trajetória de Tadao Takahashi, um dos pioneiros da rede no país
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Sexta Junho 3 19:18:55 -03 2022
Natal (RN), 3 de junho de 2022
*12º Fórum da Internet no Brasil celebra trajetória de Tadao Takahashi,
um dos pioneiros da rede no país*/
Encontro reuniu precursores, novas lideranças da área e contou com a
participação de familiares do pesquisador, que faleceu em abril deste ano/
Em seu último dia, o *12º Fórum da Internet no Brasil (FIB12)
<https://forumdainternet.cgi.br/>* celebrou a contribuição e a
importância do pesquisador e acadêmico Tadao Takahashi para a construção
da Internet no Brasil. A trajetória pioneira de Tadao, que faleceu em
abril, foi lembrada na sessão principal “30 anos da ECO-92 e o futuro da
Internet no Brasil: uma homenagem a Tadao Takahashi”. A mesa, mediada
por Tanara Lauschner (CGI.br), teve a participação de precursores da
rede no país e novas lideranças da área. Realizada pelo Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), a edição deste ano do Fórum aconteceu
cidade de Natal (RN) e contou com 1.500 inscritos.
Tanara destacou que a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, teve papel
importante na Internet em território nacional, e lembrou da relevante
atuação de Tadao naquele contexto. “A história da ECO-92 e na expansão
da Internet no pa[is a colaboração de Tadao Takahashi foi fundamental.
Tadao atuou fortemente durante o evento, junto com outras pessoas e
instituições parceiras para viabilizar o acesso dos delegados da
conferência a serviços de correio eletrônico”.
Carlos Alberto Afonso (Instituto Nupef), também pioneiro da rede no
país, apresentou uma visão histórica de como a conferência da ONU teve
uma intersecção com desenvolvimentos paralelos de redes liderados por
entidades civis em vários países, e por aqui, imbricada com o início da
Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, a RNP – que acabou contribuindo
decisivamente para a ativação e permanência das primeiras conexões do
Brasil com a Internet nos Estados Unidos. Segundo ele, “em todo o
processo esteve a presença imprescindível de Tadao Takahashi”, que no
início da década de 1990, liderou a construção da RNP. Ao final de sua
apresentação, CA exclamou: "Tadao, companheiro de pelejas, você fará
muita falta!"
Beatriz Zoss (RNP) enfatizou que a Internet já em 92, naquele embrião,
mostrava três grandes camadas: a social representada pela presença
dentro da ECO-92 do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas (Ibase) e do Alternex – projeto de serviços de comunicação
via redes de computadores –, a camada técnica, e a de ensino e pesquisa,
que deu suporte para que tudo acontecesse. Beatriz destacou os avanços
obtidos pela RNP desde sua criação. “Isso foi uma visão que Tadao talvez
tivesse na época e que, para mim, era muito longe de ver, mas com muito
orgulho, peguei carona nesse sonho, que estou vendo se materializar”.
Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br, também pioneiro da rede no
país, falou sobre iniciativas que devem muito ao Tadao. Uma delas
aconteceu em 1995, quando o governo estudava meios de como oferecer a
Internet comercial em território nacional. Tadao Takahashi foi um dos
que convenceu Sérgio Motta, ministro das Comunicações na época, a
definir que a área de Telecomunicações e a Internet eram coisas diversas
e complementares. “Isso ajudou na evolução da rede no Brasil, porque a
deixou livre de amarras”.
Ele fez um apelo para que tentássemos aprimorar a definição do que
significa Internet. “Quando defendemos neutralidade, defendemos
“neutralidade da Internet”. É fundamental separá-la das construções que
são feitas sobre ela. Uma coisa é a Internet, que deve ser uma estrutura
única, cobrindo o mundo inteiro, e outra são as construções sobre ela,
independentemente de serem boas ou ruins. Essas podem ser passíveis ou
não de regulação, podem ser consideradas como “intermediários” no
sentido clássico, ou não. Para termos um caminho futuro claro sobre
isso, há que se separar o tratamento da Internet, que tem de estar
disponível para todos, do que é construido sobre ela. Tadao fará muita
falta nesse cenário em que a objetividade e a racionalidade são
fundamentais”.
Para Eduardo Parajo (vice-presidente da Abranet), o embrião de 92,
marcado pelas primeiras conexões, representou uma revolução na
comunicação brasileira. “Ele foi importante para que tivéssemos um ponto
focal naquele momento de divisão do que aconteceria no Brasil em relação
à Internet”. Após fazer um retrospecto da evolução desse mercado no
país, Parajo agradeceu a pioneiros, como Tadao, Getschko e Carlos
Afonso, que ajudaram “a projetar esse futuro, o que vivemos hoje e o que
ainda vamos viver”.
Raimundo Macêdo (Sociedade Brasileira de Computação/Universidade Federal
da Bahia) falou sobre os grandes desafios para o futuro da Internet no
Brasil, separando-os em cinco eixos: científico/tecnológico, econômico,
social, ambiental e regulatório. Ele apontou como tendências a
descentralização, a mobilidade, as integrações físico-cibernética,
físico-virtual, humano-físico-cibernética – que vão exigir maior
autonomia operacional e de gestão de sistemas de redes.
Na visão de José Gontijo (coordenador do CGI.br), a Internet e o mundo
real são uma coisa só. “Muito se falava em realidade virtual e o mundo
real há algum tempo atrás. Hoje, temos a realidade misturada. A pandemia
proporcionou isso. As pessoas se relacionam pela Internet, pelas
videoconferências. Tudo isso mostra o que é a Internet”. José Gontijo
ainda destacou a importância do modelo multissetorial do CGI.br para a
governança da Internet no Brasil e que é muito reconhecido
internacionalmente.
*Luta por diversidade
*Silvana Bahia (Olabi) destacou que vivemos em um país marcado pela
desigualdade, principalmente a de raça e de gênero. Ao refletir sobre os
30 anos da Internet no Brasil, ela constatou que, apesar das muitas
transformações ocorridas nesse período, a produção e a gestão de
tecnologia seguem pouco diversas, o que ajuda na manutenção de problemas
estruturais, como o racismo.
A representante do Olabi frisou que os desafios estruturais também estão
presentes no digital, ambiente onde o poder de escala e impacto é muito
maior. “Espero que a questão racial não saia da mesa, e que a gente
possa dar nome para as coisas sem medo. Espero que as linguagens e
possibilidades se ampliem para toda sociedade, mas principalmente para
‘as maiorias silenciadas’”.
*Direito fundamental
*Mariana de Siqueira (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) falou
sobre o futuro da Internet no Brasil a partir de um recorte jurídico.
Ela destacou, entre outros, o debate em torno do acesso à rede como um
direito fundamental. Segundo a especialista, na perspectiva jurídica,
esse reconhecimento pode ser implícito – sem que esteja escrito na
Constituição Federal – ou explícito, escrito no texto da CF, a partir de
uma proposta de emenda.
Na avaliação da professora, a consolidação da rede como um direito
fundamental no Brasil não é um processo simples e precisará de
engajamento coletivo, esforço e articulação junto ao poder público. “O
primeiro passo para o futuro da Internet no Brasil é discutir de modo
mais intenso esse direito fundamental. E a pandemia colocou holofotes
enormes sobre a questão e sua importância”, afirmou, acrescentando que
não basta apenas acesso. De acordo com ela, é fundamental também educar
para a cidadania digital para que o futuro da rede seja promissor,
marcado por equidade, que é Justiça com igualdade.
*Homenagem
*Durante a sessão, foi exibido um *vídeo
<https://youtu.be/k2GGXhyhk-I>*, mostrando a contribuição e a
importância de Tadao Takahashi para a Internet no Brasil. Emocionada,
Laura Takahashi agradeceu pela homenagem e pelo evento que honra a
memória do irmão. “Ele sempre acreditou que as mudanças positivas são
possíveis de serem realizadas no Brasil. E lutou por isso até os últimos
dias da sua vida”.
Ela compartilhou a visão de futuro que Tadao vinha apresentando nos
últimos tempos. “Meu irmão tinha um interesse especial na realização de
projetos sociais de apoio à formação e educação de crianças e
adolescentes de comunidades socialmente vulneráveis. Projetos com ênfase
em tecnologia e ensino. Desde 2021, junto com alguns colaboradores,
começou a construir uma associação sem fins lucrativos, uma organização
social civil com esse objetivo, que agora denominamos Instituto Tadao
Takahashi”.
Selma, prima de Laura, apresentou o instituto, cujos objetivos são
preservar a memória histórica sobre a implantação e desenvolvimento da
Internet no Brasil, enfatizando a contribuição de Tadao, resgatar suas
ideias e estudos sobre o futuro da Internet e promover o conhecimento
como instrumento de transformação social, criando modelos de uma
educação holística, que integra tecnologia, saúde, crescimento pessoal e
humanístico.
*Programação do FIB12
*Realizado de terça (31) a sexta-feira (3), o Fórum da Internet no
Brasil contou com uma extensa programação do evento composta por sessões
principais e */workshops/ sugeridos pela comunidade brasileira em
governança da Internet
<https://www.cgi.br/noticia/releases/natal-rn-sediara-o-12-forum-da-internet-no-brasil-conheca-os-i-workshops-i-que-farao-parte-da-programacao-do-evento/>*,
reunindo no mesmo espaço representantes de diversos setores, como
governamental, empresarial, terceiro setor e comunidade científica e
tecnológica. Acesse a playlist do evento e confira na íntegra todos os
debates:
*https://www.youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyObTEl6bzX592mUU_zhy6KDt*.
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
*O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(*https://nic.br/* <https://nic.br/>) é uma entidade civil de direito
privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem
como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos
no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados
provem de suas atividades que são de natureza eminentemente privada.
Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da
Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br
(*https://registro.br* <https://registro.br/>), CERT.br
(*https://cert.br/* <https://cert.br/>), Ceptro.br (*https://ceptro.br/*
<https://ceptro.br/>), Cetic.br (*https://cetic.br/*
<https://cetic.br/>), IX.br (*https://ix.br/* <https://ix.br/>) e
Ceweb.br (*https://ceweb.br* <https://ceweb.br/>), além de projetos como
Internetsegura.br (*https://internetsegura.br*
<https://internetsegura.br/>) e Portal de Boas Práticas para Internet no
Brasil (*https://bcp.nic.br/* <https://bcp.nic.br/>). Abriga ainda o
escritório do W3C Chapter São Paulo (*https://w3c.br/* <https://w3c.br/>).
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
*O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003*
<https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003>). Mais informações em
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