[Anúncios NIC.br] No FIB13, especialistas apontam expectativas e preocupações em relação ao Pacto Digital Global, da ONU
imprensa em nic.br
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Quarta Maio 31 21:00:14 -03 2023
*Uberlândia, 31 de maio de 2023*
*No FIB13, especialistas apontam expectativas e preocupações em relação
ao Pacto Digital Global, da ONU*/
Debate fez parte da primeira sessão principal do evento realizado pelo
CGI.br, que acontece até sexta-feira (2), em Uberlândia (MG)
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A primeira sessão principal do *13º Fórum da Internet no Brasil (FIB13)
<https://forumdainternet.cgi.br/fib13/>*, realizada nesta quarta-feira
(31), debateu as perspectivas sobre a participação brasileira no Pacto
Digital Global (/Global Digital Compact/ - GDC), iniciativa da
Organização das Nações Unidas (ONU) para estabelecer “princípios
compartilhados para um futuro digital aberto, livre e seguro para
todos”, e que será alimentado pelas contribuições recebidas e acordado
na “Cúpula do Futuro” (Summit of the Future), evento da ONU a ser
realizado em 2024. Promovido anualmente pelo Comitê Gestor da Internet
no Brasil (CGI.br), o Fórum da Internet no Brasil é o principal evento
sobre governança da rede no país. A edição deste ano acontece até
sexta-feira (2), na cidade mineira de Uberlândia.
Moderada por Tanara Lauschner, conselheira do CGI.br e coordenadora do
Grupo de Trabalho do FIB13, a sessão teve a participação de Vinicius
Santos, assessor especialista ao Comitê Gestor, que fez um breve
panorama sobre o /Global Digital Compact/ e as ações na ONU que
antecederam a proposta do Pacto.
Santos apresentou um resumo das contribuições do CGI.br no processo do
GDC e enfatizou que elas contemplam todas as áreas previstas no Pacto,
como o reconhecimento do problema persistente das desigualdades
digitais; a importância de se defender o núcleo e as funcionalidades
primordiais da Internet; a necessidade de se avançar em modelos globais
de cooperação em que se privilegie a proteção à privacidade e aos dados
pessoais, entre outras.
O professor Edson Prestes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
comentou acerca de sua experiência no Painel de Alto Nível da ONU sobre
Cooperação Digital, estabelecido em 2018. Na ocasião, o Secretário-Geral
António Guterres deu uma tarefa aos participantes: de que maneira
conseguiriam fortalecer a cooperação em escala global na área digital de
forma que ninguém fosse deixado para trás?
Prestes pontuou que o ambiente digital é extremamente diverso e
complexo, acrescentando que os problemas relacionados a esse ecossistema
precisam ser analisados de maneira ampla – e “nada mais amplo do que os
diferentes instrumentos dos direitos humanos”. “Depois de olhar para
todos os problemas, começamos a pensar em formas de cooperação. Não é
apenas cooperar entre governos, mas cooperar entre governos com a
sociedade civil, com os acadêmicos, com a indústria, porque cada um tem
sua participação”. Segundo ele, o que tem sido defendido não é apenas o
reforço ao multilateralismo, mas ao multissetorialismo, ou seja, todos
têm que participar.
Já Bruna Martins, integrante do Multistakeholder Advisory Group, o MAG –
grupo responsável por assessorar o Secretário-Geral da ONU na
organização do Fórum Global de Governança da Internet (IGF) –, afirmou
que o Pacto Digital Global representa um novo momento na agenda da
Organização das Nações Unidas, que marca uma guinada de uma agenda
específica de governança da Internet para uma mais ampla. Martins,
entretanto, ponderou os efeitos desse processo para o IGF, que tem sido
o principal espaço da ONU para discussões sobre temas de governança,
além de uma ferramenta de empoderamento e participação multissetorial.
Na avaliação de Bruna, ignorar a inteligência coletiva que foi criada em
torno do IGF nos últimos dezenove anos seria um erro. A integrante do
MAG levantou preocupações sobre o processo do GDC, como a limitação da
participação da sociedade civil, falta de clareza e o risco de
duplicação dos espaços, além de uma possível fragmentação do debate
sobre cooperação digital. “Quanto mais criamos espaços, mais custoso o
processo e menos orientado ele fica”.
Luciano Mazza, diretor do departamento de Ciência, Tecnologia e
Propriedade Intelectual do Itamaraty questionou qual será o processo de
acompanhamento institucional que o GDC terá e a forma como ele se
relacionará com o mandato estabelecido pela Cúpula da Sociedade da
Informação. “Há questões para a perspectiva do ministério em diálogo com
outros órgãos que merecem uma atenção especial. Uma delas é a
consistência da agenda, do ponto de vista institucional – como dar conta
de tudo de maneira articulada? Outro ponto é como ter consistência com a
agenda de desenvolvimento. Como buscar não só o legado do IGF, mas o
legado do mandato da Cúpula da Sociedade da Informação, que está
ancorado numa lógica de cooperação para o desenvolvimento”, disse.
O pioneiro da Internet no Brasil, Demi Getschko, diretor-presidente do
NIC.br e conselheiro de notório saber do CGI.br, expressou suas
preocupações em relação ao atual momento da rede. “Eu me preocuparia
muito com a integridade da Internet, com o seu não fracionamento. Eu me
preocuparia muito em termos de unidade de objetivos, mas os caminhos
escolhidos podem ser aqueles que levam na direção contrária. Eu me
preocuparia muito em aumentar o poder de quem já tem poder em excesso e
gostaria de voltar a uma Internet mais descentralizada, como era no começo”.
*Diversidade
*Priscila Cardoso, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão no
Jusbrasil, por sua vez, abordou a perspectiva da diversidade nas
empresas de tecnologia. “Se não tivermos diversidade na ponta criando,
gerenciando um /pipeline/ de produto, na tomada de decisão sobre o que
vai ser colocado ou não em produção, não haverá inovação para todos. E
inovação não tem que ser boa só para quem cria. Esse é o maior /gap/ que
temos no mercado. Hoje a inovação é criada para poucas pessoas”, afirma,
ressaltando ainda a importância da comunicação inclusiva no ambiente de
trabalho.
Após as falas dos palestrantes, foi aberto um debate com todos os
presentes em Uberlândia e também com os que estavam acompanhando a
sessão de maneira remota.
*Sessão de Abertura
*Realizada no final da tarde de terça-feira (30), a solenidade de
abertura do FIB13 contou com a participação da ministra da Ciência,
Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; do ministro das Comunicações,
Juscelino Filho; da coordenadora do CGI.br, Renata Mielli; da
coordenadora do GT da 13ª edição do evento, Tanara Lauschner; da
conselheira do CGI.br Bia Barbosa; do conselheiro do Comitê Gestor,
Henrique Faulhaber; do vice-reitor da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), prof. Carlos Henrique Martins da Silva; do diretor presidente da
PRODAUB, Reginaldo Aparecido Mendes; do professor da Faculdade de
Direito da UFU e coordenador local do FIB, Rodrigo Vitorino Souza Alves.
“É a primeira vez que estamos fazendo um FIB fora de uma capital, e a
primeira vez em Minas Gerais”, ressaltou Tanara durante a apresentação.
Já a coordenadora do CGI.br falou sobre o caráter estratégico do evento:
“ele tem debatido os temas mais candentes e atuais que dizem respeito à
Internet no país em cada ano em que aconteceu. O FIB é estratégico e
importante, porque nasceu com uma missão de ser itinerante pelo país,
pois não podemos mais conviver com eventos que vejam apenas o eixo
Rio-São Paulo como um espaço de elaboração de políticas públicas. E é
estratégico, porque a realização do Fórum em diferentes estados planta
uma semente que ajuda a desenvolver e a construir uma comunidade em
torno da qual discutimos os desafios da Internet em cada localidade”.
O ministro Juscelino mencionou que, junto com a ministra Luciana, tem
trabalhado para levar inclusão digital e conectividade para os
brasileiros que, segundo ele, são prioridades do atual governo federal.
“O CGI.br, com seus dados e suas estatísticas, é fundamental para que
possamos construir políticas públicas mais eficazes, que façam diferença
de verdade na vida das pessoas”.
Na sequência, a ministra Luciana enfatizou o protagonismo do Comitê
Gestor da Internet no Brasil e do FIB nas discussões sobre a rede no
país e no mundo. Disse ainda que o CGI.br tem sido referência em debates
estratégicos, como questões relacionadas à privacidade e à proteção de
dados pessoais, o que contribuiu imensamente para a Lei Geral de
Proteção de Dados.
Ela citou ainda a contribuição do CGI.br para o debate sobre regulação
de plataformas digitais, que “tem sido fundamental, sobretudo, por abrir
uma consulta pública acerca do tema, abordando as questões de uma
perspectiva mais ampla e sistêmica”.
*Certificado de participação
*O certificado de participação será concedido aos que se inscreverem até
2 de junho (último dia do FIB13) e acompanharem o evento
presencialmente. Quem não puder participar no local, poderá acompanhar
as discussões ao vivo no *canal do NIC.br no YouTube
<https://www.youtube.com/NICbrvideos/>*. A inscrição, neste caso, não é
obrigatória. No entanto, ao efetivá-la, o inscrito também terá direito
ao certificado de participação. Para a emissão do mesmo, será necessário
seguir os passos indicados no /chat/ durante a transmissão do evento.
*Sobre o Fórum da Internet no Brasil
*O FIB, que em 2023 chega à sua 13ª edição, consiste em atividade
preparatória para o Fórum de Governança da Internet (IGF) e busca
incentivar debates sobre as questões mais proeminentes para a
consolidação e expansão de uma Internet no Brasil cada vez mais diversa,
universal e inovadora. Visa, ainda, a evidenciar os princípios da
liberdade, dos direitos humanos e da privacidade, de acordo com os
Princípios para a Governança e Uso da Internet no Brasil, o decálogo do
CGI.br.
*Anote na Agenda
**13º Fórum da Internet no Brasil – FIB13
**Data:* 30 de maio a 2 de junho de 2023
*Local:* Center Convention - Av. João Naves de Ávila, 1331, Anexo ao
Center Shopping - Piso 4 (L4), Uberlândia/MG
*Inscrições gratuitas:* *https://forumdainternet.cgi.br/fib13/*
<https://forumdainternet.cgi.br/fib13/>Evento gratuito / Vagas limitadas
*Endereço da transmissão /online/:* *https://youtube.com/NICbrvideos*
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
*O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003*). Mais
informações em *https://c*gi.br/ <https://cgi.br/>.
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