[Anúncios NIC.br] 10ª Conferência CGI.br discute proteção aos intermediários na Internet
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imprensa em nic.br
Sexta Dezembro 11 15:23:51 BRST 2015
São Paulo, 11 de dezembro de 2015
*10ª Conferência CGI.br discute proteção aos intermediários na Internet*/
Remoção de conteúdo e vigilância foram alguns dos temas abordados
durante o encontro
/De quem é a responsabilidade por danos na Internet gerados por
terceiros? Os convidados da 10ª Conferência do Ciclo "*CGI.br 20 anos –
princípios para a governança e uso da Internet*
<http://cgi.br/20anos/>", Lynn St. Amour, Pedro Huichalaf Roa e Pranesh
Prakash analisaram, nessa quinta-feira (10), os diversos aspectos que
envolvem o princípio da Inimputabilidade da Rede, do *decálogo*
<http://www.cgi.br/principios/> do Comitê Gestor da Internet no Brasil
(CGI.br). Parte da programação da *V Semana da Infraestrutura da
Internet no Brasil* <http://nic.br/semanainfrabr/>, este foi o último
encontro de uma série de dez eventos que marcaram os 20 anos de
existência do CGI.br.
A importância de reconhecer o caminho percorrido em relação à
inimputabilidade foi abordada por Lynn St. Amour, atual presidente e CEO
da Internet Matters, ao recordar que a necessidade de penalizar os usos
e desusos, e não a Internet em si, vem desde a origem da rede. "Não
vamos tratar o que as pessoas fazem na Internet como algo único, a não
ser que seja verdadeiramente singular", pontuou. Para Lynn, o terrorismo
desafia os direitos humanos e a liberdade de expressão. “Devemos esperar
que o Governo solicite mais apoio aos intermediários no sentido do
monitoramento de conteúdo”, enfatizou.
No esforço para tratar os intermediários na Internet apenas como meios
de transporte, também é preciso entender como essas aplicações funcionam
e impedir que casos como a retirada do YouTube do ar aconteçam. “O que
pode ser feito? Essa é uma questão complexa porque envolve trocas,
ideias de vários /stakeholders/ que não são simples de conciliar.
Encontrar um equilíbrio demora”, afirmou. Ainda na opinião de Lynn, que
esteve à frente da Internet Society (ISOC) por 13 anos, “a busca pelo
consenso é uma forma que funciona bem e todos sentem que foram ouvidos”.
A experiência do Chile com a regulação sobre neutralidade da rede foi
apresentada na Conferência por Pedro Huichalaf Roa, subsecretário de
Telecomunicações. "Esse princípio teve um impacto positivo. Fez o acesso
e uso da Internet saltar no país", enfatizou ao citar estatísticas que
mostram crescimento de milhões de novos usuários no último ano. "O
desenvolvimento econômico e social não se concentra só em matéria prima,
mas também em conhecimento. O acesso à Internet e à informação adiciona
valor ao progresso de um país", analisou.
Ainda de acordo com Huichalaf, o Chile vive um momento de discussão
intensa sobre a propriedade intelectual com uso de decodificadores
"piratas" na TV digital. "Há uma tentativa de criminalizar os
equipamentos técnicos. Querem penalizar o dispositivo e não quem pratica
o ato ilícito", comentou. Sobre a responsabilidade dos provedores de
Internet, Huichalaf defendeu que a remoção de conteúdo /online/ deve
acontecer apenas quando o tribunal estabelece que houve algum tipo de
infração.
Esse tema também foi tratado por Pranesh Prakash, um dos fundadores e
atualmente diretor de políticas no Centro para Internet e Sociedade da
Índia, que citou casos e legislações que põem em xeque a liberdade de
expressão. "Os intermediários não querem correr riscos de ser
penalizados. Por isso, discursos legítimos são removidos da Web e não há
sequer um mecanismo de defesa para quem foi vítima de censura, não há
nenhuma transparência, nem mesmo o governo saber dizer se a lei está
sendo bem usada ou não”, protestou.
Ao citar os *Princípios de Manila*
<https://www.manilaprinciples.org/pt-br>, que tratam especificamente da
responsabilidade dos intermediários, Pranesh também defende que a
remoção de conteúdo na Web deve ser acompanhada de ordem judicial. E
também que a responsabilidade das empresas sobre vigilância e vazamento
de dados deve ser examinada. “Alguns espaços atualmente criados na
Internet podem parecer uma praça pública, mas se configuram muito mais
como um /shopping center /delimitado pelas grandes empresas/./ Temos que
garantir que os princípios que defendemos para o uso e governança da
Internet se apliquem não somente aos Governos e edição de leis, mas que
também envolvam novas práticas das grandes corporações e seus termos de
serviços na Internet”, afirmou.
*20 anos CGI.br*
Cada um dos princípios para governança e uso da Internet do CGI.br foram
analisados e debatidos, no ano de 2015, com ampla participação dos mais
diversos atores da sociedade. Durante a última Conferência da série, o
secretário-executivo do CGI.br, Hartmut Glaser enalteceu a criação do
decálogo e o constante processo de construção de consenso no CGI.br.
“Elaboramos princípios pétreos que gostaríamos de ver sendo usados como
base para decisões jurídicas e políticas envolvendo os usuários da
Internet. Essa proposta evoluiu e, por meio de um trabalho de consulta
pública, o Governo elaborou a lei do Marco Civil, aprovada no ano
passado. O modelo multissetorial do CGI.br mostra que, algumas vezes, as
decisões demoram, mas depois que atingimos consenso, alcançamos também
todo o apoio da sociedade brasileira”, declarou.
O Ciclo de Conferências que marca os 20 anos de existência do CGI.br
teve a participação de cientistas, pensadores, inventores, ativistas e
personalidades da Internet. Reveja as Conferências disponíveis *em
vídeos no YouTube*
<https://www.youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyOYYOxNRQ7EkqV19QV9hudNY>.
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br*
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (**
<http://www.nic.br/>*http://www.nic.br/*) é uma entidade civil, sem fins
lucrativos, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (*http://www.registro.br/*),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br
(*http://www.cert.br/*), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
operações — Ceptro.br (**
<http://www.ceptro.br/>*http://www.ceptro.br/*), produzir indicadores
sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br
(*http://www.cetic.br/*), fomentar e impulsionar a evolução da Web no
Brasil — Ceweb.br (** <http://www.ceweb.br/>*http://www.ceweb.br/*) e
abrigar o escritório do W3C no Brasil (**
<http://www.w3c.br/>*http://www.w3c.br/*).
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br*
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*http://www.cgi.br/principios*). Mais informações em
*http://www.cgi.br/*.
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