[Anúncios NIC.br] Franquia de dados, big data e privacidade pautam encerramento do VI Fórum da Internet
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imprensa em nic.br
Quarta Julho 13 18:46:41 BRT 2016
Porto Alegre, 13 de julho de 2016
*Franquia de dados, big data e privacidade pautam encerramento do VI
Fórum da Internet*
/Participantes de 25 Estados e do Distrito Federal marcaram presença nos
três dias de evento/
O *VI Fórum da Internet no Brasil (Pré-IGF Brasileiro)*
<http://forumdainternet.cgi.br/>, realizado pelo Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), dedicou o último dia de debate a temas de
grande repercussão na sociedade: planos franqueados e /zero rating/,
/big data/ e privacidade. As discussões promovidas por representantes do
Governo, empresários, acadêmicos, membros de organizações da sociedade
civil, técnicos, estudantes e usuários de Internet contaram, nos três
dias do evento, com centenas de participantes de 25 Estados e do
Distrito Federal, que contribuíram ativamente para enriquecer o debate.
A programação foi encerrada, nesta quarta-feira (13), em Porto Alegre
(RS), com a síntese das trilhas temáticas e interação do público com
conselheiros do CGI.br.
A dificuldade de transparência na relação contratual, no controle do
consumo pelos consumidores, a falta de investimentos em políticas
públicas para garantir infraestrutura para universalização do acesso
foram tópicos destacados pela conselheira do CGI.br, Flávia Lefèvre,
durante o Seminário "Franquia de dados, /zero rating/ e seus impactos no
desenvolvimento da Internet". “Estudos mostram que 30% da banda é
consumida por propaganda que você não controla e não consegue impedir”,
exemplificou, sobre os desafios que as operadoras de telecomunicações
poderão enfrentar.
Rubens Kuhl, gerente de produtos e mercado do NIC.br, também comentou os
problemas para um consumidor leigo julgar qual o plano mais adequado num
cenário de franquia de dados na banda larga fixa e informou que o pico
do tráfego na Internet cresce até as 22h, horário de maior movimento.
Depois da meia noite e até às 11h, o tráfego diminui de forma
significativa. “Não vi em nenhuma das propostas das operadoras qualquer
correlação com horário, apesar de os investimentos serem feitos em
decorrência da capacidade de pico”. Para Rubens, “focar na velocidade
que pode ser garantida durante todo o tempo /online/ seria uma forma
mais honesta de comunicação com o cliente e permitiria equalizar receitas”.
Em sua apresentação, Basílio Perez (ABRINT) mostrou-se favorável à
adoção de franquia na banda larga fixa. “Esse é apenas um modelo de
negócio. Não existe rede infinita nem dinheiro infinito, todo
investimento que se faz precisa ter retorno”, enfatizou. Na opinião de
Basílio, no entanto, há padrões que precisam ser respeitados. “Não
concordamos com as franquias extremamente baixas que foram anunciadas. E
também somos contra o bloqueio ao atingir a franquia, defendemos a
diminuição da velocidade dentro do que está no contrato”.
As origens e consequências do /zero rating/ foram detalhadas por Pedro
Ramos (mestre em Direito pela FGV-SP), que abordou tanto estudos que
condenam a prática e revelam efeitos de exclusão social e aumento de
desigualdade no médio e longo prazo, quanto aqueles que mostram efeitos
positivos como primeiro passo para o uso da Internet. “Sou
particularmente contrário ao /zero rating/, acredito que essa prática
viola a neutralidade da rede e pode dar brecha para criação de
‘corredores exclusivos’”, pontuou. O Seminário abordou ainda as posições
do Ministério Público Federal (MPF) em relação ao /zero rating/,
Internet.org e franquia de dados, manifestadas por meio de notas
técnicas, e debatidas no encontro a partir da apresentação do procurador
Carlos Bruno.
*/Big data/**e privacidade*
Ainda durante a manhã desta quarta-feira (13), o VI Fórum promoveu o
Seminário "Big Data - oportunidades e desafios jurídicos, políticos e
sociais", que teve início com as contribuições de Jamila Venturini
(Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV/RJ). Em sua apresentação, a
pesquisadora destacou que a falta de um marco unificado de proteção de
dados pessoais, somada aos avanços tecnológicos recentes, geram uma
insegurança jurídica e dão margem a abusos. E chamou atenção para os
termos de uso e políticas de privacidade recheados de termos técnicos.
“Temos uma massa de usuários que consentem com algo sem saber exatamente
o que”, alertou.
Em complemento, Alexandre Pacheco (FGV-Direito SP), levantou
questionamentos sobre as ofertas de consentimento com base no cenário do
/big data/ e da Internet das Coisas. “Como posso consentir o uso dos
meus dados diante de cenários incertos, sem saber as potencialidades de
cruzamentos futuros que podem ser feitos?”, indagou. Na perspectiva da
proteção individual, Pacheco convidou à reflexão sobre a eficiência das
técnicas de anonimização e como elas podem ser aprimoradas.
A exploração econômica das bases de dados integradas foi analisada no
Seminário por Rafael Evangelista (Unicamp - LAVITS). “Os dados pessoais
são o novo petróleo. Acho essa comparação muito interessante porque
envolve o valor dos dados em si, o direito de exploração no mercado
futuro e o controle das reservas. Quem controla as bases de dados
consegue fazer previsões, identificar tendências e aumentar seu poder
econômico”, enfatizou. Moderador do debate, o conselheiro do CGI.br,
Marcos Dantas, reforçou a necessidade de debater soluções. “O
consentimento me parece compulsório. Até que ponto essa questão é
aceitável? Precisamos construir alternativas, usar serviços sem que
tenhamos a obrigação de fornecer nossos dados”.
Ainda na proposta de buscar outras opções, Andriei Gutierrez (IBM)
defendeu uma lei de proteção de dados pessoais baseada em princípios
como proporcionalidade, segurança e transparência. “Também consideramos
necessário que uma autoridade de proteção de dados seja criada. O /big
data/ está ai para ficar, o tsunami digital está chegando”, ressaltou.
*6ª edição*
O VI Fórum da Internet, realizado em Porto Alegre, de segunda (11) a
quarta-feira (13), chegou ao fim com a explanação dos consensos,
dissensos e pontos a serem aprofundados a partir das discussões
promovidas nas trilhas Universalização e Inclusão Digital, Segurança e
Direitos na Internet, Conteúdos e Bens Culturais, Inovação e Capacitação
Tecnológica. Nos três dias de evento, foram dezenas de atividades, entre
elas, /workshops/, desconferências e a exibição de documentários.
Relembre os principais destaques do *primeiro
<http://www.cgi.br/noticia/releases/vi-forum-da-internet-aprofunda-debate-sobre-seguranca-e-direitos-inclusao-digital-inovacao-e-bens-culturais/>*
e *segundo
<http://www.cgi.br/noticia/releases/defesa-da-diversidade-e-tolerancia-na-rede-marca-segundo-dia-do-vi-forum-da-internet/>*
dia do VI Fórum da Internet no Brasil. E reveja na íntegra, no canal do
NIC.br no YouTube, todas as discussões das trilhas e seminários:
*https://www.youtube.com/NICbrvideos/*.
*Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br*
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (**
<http://www.nic.br/>*http://www.nic.br/*) é uma entidade civil, sem fins
lucrativos, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da
Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o
registro de nomes de domínio — Registro.br (*http://www.registro.br/*),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil - CERT.br
(*http://www.cert.br/*), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
operações — Ceptro.br (**
<http://www.ceptro.br/>*http://www.ceptro.br/*), produzir indicadores
sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br
(*http://www.cetic.br/*), implementar e operar os Pontos de Troca de
Tráfego — IX.br (** <http://ix.br/>*http://ix.br/*), viabilizar a
participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e
subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (**
<http://www.ceweb.br/>*http://www.ceweb.br*), e abrigar o escritório do
W3C no Brasil (** <http://www.w3c.br/>*http://www.w3c.br/*).*
*
*Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br*
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços
Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de
governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que
todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança
e Uso da Internet (*http://www.cgi.br/principios*). Mais informações em
*http://www.cgi.br/*.
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